Crise faz Venezuela desaparecer da maior feira de turismo do mundo
Berlim, 7 mar (EFE).- A crise na Venezuela afundou o turismo do país, mas afetou pouco essa indústria na América Latina, de acordo com vários especialistas ouvidos pela Agência Efe na ITB de Berlim, a maior feira do setor do mundo.
A lacuna é evidente. Significativa. Em um dos pavilhões dedicados à América Latina há um retângulo vazio no chão, sem expositores, que aos poucos foi ocupado por algumas mesas e cadeiras para um descanso improvisado dos visitantes. Esse era o espaço reservado à Venezuela neste importante evento do setor e no qual estão presentes 181 países - dos 194 que existem no mundo -. Os poucos ausentes quase nunca têm as melhores razões para isso.
"Eles cancelaram a participação há poucos dias", revelou uma porta-voz da ITB, que garantiu não ter mais informações sobre o assunto.
Algumas empresas do setor, como companhias aéreas a operadoras de turismo, afirmaram que nunca operaram na Venezuela ou que encerram os serviços nos últimos anos devido à situação política.
A assistente de Marketing em Frankfurt da agência alemã South American Tours, Sandra Bleher, apontou que, em geral, o mercado latino-americano tende a crescer, mas que sua empresa nunca ofereceu viagens para a Venezuela. As razões para isso vão da escassa demanda pelo destino aos motivos "políticos e de segurança", que aumentaram nos últimos meses.
"Não teria sentido algum organizar viagens para a Venezuela", afirmou.
Já o diretor comercial da companhia aérea Latam na região, Joao Murias, lembrou que a empresa deixou "há anos" de voar para a Venezuela.
Os países vizinhos, por sua vez, não sentiram tanto os efeitos da crise venezuelana, pelo menos no nível turístico. A Colômbia, por exemplo, chegou a receber no ano passado 4,2 milhões de viajantes (sem incluir os venezuelanos que emigraram), após um aumento de 8% com relação ao ano anterior. De acordo com a delegação colombiana no evento, os principais destinos turísticos do país ficam longe da fronteira com a Venezuela. EFE
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