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Lagarde prevê ajuda do FMI à Venezuela e diz que trabalho será "monumental"

07/03/2019 19h36

Washington, 7 mar (EFE).- A diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, antecipou que a entidade terá um "trabalho monumental" para ajudar economicamente a Venezuela, mas não esclareceu quando esse auxílio ocorreria.

"Teremos um trabalho monumental nas nossas mãos porque este é um país que não abriu suas portas para o FMI nos últimos 15 anos", disse Lagarde em entrevista a um podcast da revista "The Economist".

Lagarde explicou que o trabalho será difícil porque o FMI não realizou qualquer auditoria na Venezuela nos últimos anos. Por isso, em caso de ajuda, será preciso lidar com uma grande quantidade de informações de forma muito rápida.

Além disso, a diretora-gerente do FMI afirmou que ajudará a Venezuela assim que as "autoridades legítimas" do país solicitarem, sem citar qualquer figura da política venezuelana.

Segundo Lagarde, o FMI ainda está analisando se reconhecerá o chefe da Assembleia Nacional, Juan Guaidó, como presidente interino da Venezuela, por considerar que há países-membros da entidade que ainda estão adotando posições sobre o assunto.

Guaidó recebeu o apoio de cerca de 50 países até então, entre eles Estados Unidos e Brasil, mas o presidente Nicolás Maduro, ainda é respaldado por importantes integrantes da comunidade internacional e do FMI, como Rússia e China.

Na entrevista, Lagarde apontou que o papel do FMI para a recuperação da Venezuela será "fundamental" porque a entidade desempenha uma "função catalisadora". E alertou que o montante do financiamento concedido ao país precisará ser "significativo".

"Abriremos nossa carteira e colocaremos nossos cérebros nisso para ajudar aos mais pobres e aos mais expostos, mas vai requerer um financiamento significativo de toda a comunidade internacional. Nosso fundo não será suficiente", previu Lagarde.

No último relatório de perspectivas econômicas globais, o FMI projetou que a inflação na Venezuela será de 10.000.000% em 2019, com uma queda do Produto Interno Bruto (PIB) de 18%. EFE