Huawei acusa Estados Unidos de "assédio" após veto estipulado por Trump
Bruxelas, 21 mai (EFE).- A empresa chinesa Huawei acusou nesta terça-feira os Estados Unidos de "assédio", depois que o presidente Donald Trump declarou uma emergência nacional para proibir as companhias nacionais de utilizar equipamentos fabricados por empresas que supostamente tentam espionar os americanos.
A medida anunciada pelos Estados Unidos restringiria os negócios com empresas chinesas, como a Huawei.
"A Huawei sempre respeitou todas as leis e regulamentações aplicáveis. Agora a Huawei se transformou em vítima do assédio do governo dos Estados Unidos", declarou em um ato realizado em Bruxelas o representante da companhia para a União Europeia (UE), Abraham Liu, de acordo com um comunicado da empresa.
Para Liu, não se trata "apenas de um ataque contra a Huawei". "É um ataque contra a ordem liberal baseada em leis. Isto é perigoso. Agora está acontecendo com a Huawei. Amanhã pode acontecer com qualquer outra empresa internacional. Podemos fechar os olhos diante de tal comportamento?", perguntou o representante da empresa tecnológica.
Além disso, Liu afirmou que as redes 5G da Huawei foram desenvolvidas em conjunto com parceiros europeus e "sob medida para as necessidades e desafios" do Velho Continente.
"A Huawei esteve operando na Europa durante quase 20 anos. Temos agora 12,2 mil funcionários na Europa, 70%m deles contratados localmente", indicou Liu.
O presidente americano declarou na quarta-feira uma emergência nacional para proibir as companhias do país de utilizar equipamentos de telecomunicações fabricados por empresas que supostamente tentam espionar os EUA, o que poderia restringir os negócios com companhias chinesas como a Huawei.
A ordem executiva não impõe automaticamente restrições à compra de equipamentos de telecomunicações, mas dá ao secretário de Comércio, Wilbur Ross, 150 dias para estabelecer quais companhias devem ser submetidas a novas limitações por representarem um perigo para a segurança nacional.
Os EUA lideram uma campanha global para impedir que companhias chinesas como a Huawei tomem o controle das redes 5G, que permitem navegar pela internet com mais velocidade e poderiam facilitar o desenvolvimento de veículos autônomos e técnicas para realizar intervenções cirúrgicas de maneira remota.
De fato, o governo americano pressionou a UE para que imponha restrições sobre a Huawei, que está à frente do desenvolvimento da tecnologia 5G.
Os EUA temem que a China utilize as redes 5G da Huawei para espionagem, acusações que foram rejeitadas categoricamente pela companhia chinesa no passado.
Após a medida anunciada por Trump, as principais empresas do setor de tecnologia do país, entre elas o Google, indicaram que deixarão de vender componentes e softwares à Huawei.
Mesmo assim, nesta segunda-feira, o Departamento de Comércio americano expediu uma licença de 90 dias que suspende durante este período o veto à Huawei e suas filiais para preparar uma transição sem a presença do grupo chinês.
A Comissão Europeia - o órgão executivo da União Europeia - voltou a insistir ontem que a Europa é um "mercado aberto" e que corresponde a cada país decidir se impõe restrições a alguma empresa por razões de segurança.
Bruxelas mostrou preocupação em diferentes ocasiões com a entrada da Huawei no desenvolvimento das futuras redes móveis 5G na Europa, levando em conta que esse tipo de empresa chinesa terá que cooperar por lei com o serviço secreto do país em questão. EFE
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