Europeus mantêm cautela após Bolsonaro tachar de iminente acordo UE-Mercosul
Bruxelas, 7 jun (EFE).- A Comissão Europeia (CE) advertiu nesta sexta-feira que "ainda é preciso trabalho técnico" antes do fechar o tratado comercial entre a União Europeia e o Mercosul, após o presidente Jair Bolsonaro ter dito que o acordo era algo "iminente".
"A Comissão Europeia acolhe e compartilha o compromisso político do Mercosul para concluir estas negociações comerciais com sucesso. Para que isto ocorra, no entanto, ainda falta realizar trabalho em nível técnico", disse um porta-voz da Comissão.
Segundo Bruxelas, a última rodada de negociações entre 13 e 17 de maio "foi construtiva" e houve progressos em todos os capítulos, mas mesmo assim há diferenças em assuntos fundamentais, incluindo algumas reivindicações do bloco europeu que os negociadores devem resolver.
Isto deve ocorrer antes das conversas darem passagem a nível ministerial, nas quais representantes políticos de ambas as partes devem resolver os últimos detalhes do acordo após quase 20 anos de negociações.
Ainda não há uma data definida para a próxima rodada de negociações, embora ambas as partes estejam em contato para fixá-la, previsivelmente durante este mês.
Fontes comunitárias disseram que "houve movimento" nas negociações, mas advertiram que não compartilharão o "entusiasmo" dos comentários de Bolsonaro enquanto não houver avanços mais tangíveis.
O chanceler do Brasil, Ernesto Araújo, afirmou nesta quinta-feira em Buenos Aires que o acordo poderia ser fechado no final deste mês em reunião ministerial.
As negociações técnicas para um acordo entre UE e Mercosul se iniciaram em Buenos Aires em abril de 2000 e desde então, foram realizadas mais de 30 rodadas de negociação, um processo complexo, inclusive com bloqueios de muitos anos.
As conversas tiveram um marco em maio de 2016 com uma troca de ofertas de acesso a mercados e, desde então, houve 15 reuniões de negociação, a última delas em maio na capital argentina. EFE
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