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Itália dialoga com Bruxelas para evitar sanções por sua elevada dívida

11/06/2019 16h05

Roma, 11 jun (EFE).- O governo da Itália está dialogando com Bruxelas para evitar um procedimento de infração por sua elevada dívida pública, que em 2018 superou 132% do Produto Interno Bruto (PIB), e está comprometido a adotar medidas concretas para reduzi-la.

O primeiro-ministro da Itália, Giuseppe Conte, e o ministro da Economia, Giovanni Tria, estão conversando com a Comissão Europeia desde que esta propôs na semana passada abrir um procedimento de déficit excessivo contra o país por não ter reduzido sua dívida pública o suficiente.

Conte afirmou que "um procedimento de infração seria extremamente prejudicial para as previsões de crescimento" não só da Itália, mas "também para toda a zona do euro", e que a intenção de Roma é "combinar com os parceiros europeus um caminho crível de redução da dívida".

Este caminho, ressaltou o premiê, não pode obrigar a Itália a aprovar medidas corretivas, pois isso penalizaria o país em um momento de fraco crescimento e de desafios globais como a guerra comercial entre os Estados Unidos e a China.

Conte não disse o que propõe para reduzir a dívida pública e se limitou a descrever "a filosofia do governo" em mensagem nas redes sociais: "É sempre o mesmo, não à austeridade, não às medidas recessivas. É preciso dar máxima atenção às ações concretas para fomentar o crescimento do país e para evitar o procedimento de infração".

Por sua vez, Tria compareceu ao parlamento para dar explicações sobre as conversas entre a Itália e a Comissão Europeia e disse que o governo está explicando as políticas que quer aprovar para impulsionar o crescimento.

"É do nosso interesse encontrar um compromisso para chegar a um acordo" com Bruxelas, expôs o ministro, que observou que "o governo controla constantemente a evolução das contas públicas e está determinado a perseguir os objetivos e adotar as medidas necessárias para consegui-los".

Por sua vez, o ministro do Interior e vice-presidente do governo, Matteo Salvini, disse que é necessário que a Itália evite uma sanção, mas sem renunciar ao compromisso de baixar os impostos para famílias e empresas, promessa de campanha de seu partido, a Liga Norte.

Já o outro vice-presidente do governo e líder do Movimento Cinco Estrelas, Luigi Di Maio, opinou que "Bruxelas não irá até o final".

Se os ministros de Finanças da União Europeia (UE) aprovarem a proposta da Comissão, Roma pode ter que fazer ajustes e receber, em último caso, sanções de aproximadamente 3,5 bilhões de euros, equivalentes a 0,2% do PIB italiano. EFE