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Barril do Brent dispara 14,59% e fecha a US$ 69,02

16/09/2019 16h33

Londres, 16 set (EFE).- O preço do barril de petróleo Brent para entrega em novembro fechou nesta segunda-feira em forte alta de 14,69%, cotado a US$ 69,02, devido aos ataques com drones a instalações da companhia petrolífera Aramco, da Arábia Saudita, no último sábado.

O petróleo do Mar do Norte, de referência na Europa, terminou o pregão no International Exchange Futures (ICE) US$ 8,79 acima do valor final da sessão da última sexta-feira.

Os ataques com drones, cuja autoria foi reivindicada pelos insurgentes houthis do Iêmen, reduziram a produção da Arábia Saudita em cerca de 5,7 milhões de barris diários, o que representa cerca de 5% do total de extrações em todo o mundo.

Com isso, as atenções do mercado se voltaram para avaliações de quanto tempo levará para que a produção saudita volte ao normal, o que segundo avaliações iniciais pode levar meses.

A instabilidade geopolítica provocada pelos ataques supostamente realizados pelos houthis - que são aliados do Irã - ameaça manter em alta a tendência dos preços internacionais do petróleo.

O aumento da cotação do Brent beneficia companhias petrolíferas como a Petrobras, cujas ações preferencial e ordinária têm alta expressiva hoje na Bovespa. Por outro lado, um petróleo mais caro castigaria países importadores e empresas cujas operações dependem do preço do combustível, como companhias aéreas.

Na bolsa de Londres, os títulos da BP tiveram a alta mais expressiva do dia, de 4%. Também subiram de forma destacada os papéis Royal Dutch Shell A (2,12%) e Royal Dutch Shell B (1,89%). Por outro lado, sofreram quedas acentuadas as ações da operadora de turismo Thomas Cook (-7%), da companhia aérea easyJet (-1,80%), da companhia de cruzeiros Carnival (-2,18%) e do grupo IAG - matriz de Iberia, Vueling e British Airways (-2,67%).

"Este cenário é uma combinação de fatores. Em primeiro lugar se deve à queda da produção, mas também ao aumento da incerteza no Oriente Médio", disse David Madden, analista da consultora CMC Markets, à Agência Efe.

"Provavelmente, este é só o primeiro capítulo. A atmosfera política nessa parte do mundo é muito tensa, e provavelmente vai piorar antes de voltar a melhorar", acrescentou.

Com base em relatórios de inteligência, os Estados Unidos culparam o Irã pelos bombardeios com drones às refinarias sauditas e acusam Teerã de ter cometido "um ataque deliberado contra a economia mundial". EFE