Argentina suspende congelamento e reajusta preço dos combustíveis em 4%
Buenos Aires, 18 set (EFE).- O governo da Argentina anunciou nesta quarta-feira um aumento de 4% nos preços dos combustíveis no país, que estavam congelados desde agosto devido ao agravamento da crise econômica.
A medida foi tomada devido à volatilidade do preço do barril do petróleo no mercado internacional, motivada pelos ataques a duas refinarias da Aramco, estatal petrolífera da Arábia Saudita, no último sábado. Os danos causaram o maior corte na produção da história mundial.
Em agosto, após a vitória da oposição a Macri nas eleições primárias para a presidência do país, o governo argentino decretou o congelamento dos preços dos combustíveis por 90 dias. A iniciativa fazia parte de um pacote econômico para tentar conter a desvalorização do peso em relação ao dólar, que tem impacto direto sobre a inflação no país.
O pacote fixava uma taxa de câmbio para a venda do barril de petróleo. A data escolhida foi 9 de agosto, dois dias antes da derrota de Macri nas primárias, quando o peso fechou dia cotado a US$ 45,19. Hoje, a moeda argentina é negociada a US$ 58,50.
Depois de muita pressão de empresas e das províncias que produzem petróleo, Macri mudou no início de setembro a taxa de câmbio de referência para as operações, que passou para US$ 46,69. A diferença, porém, passou a ser subsidiada pelo governo, mantendo assim o congelamento dos preços para a população.
As mudanças foram insuficientes para agradar o setor, que seguiu reclamando da política adotada pelo governo. Os ataques às refinarias sauditas, que provocaram uma alta de 15% no preço do barril do petróleo no mercado internacional na segunda-feira, foram o estopim para que Macri não resistisse às pressões para reajustar os valores dos combustíveis no país.
A Secretaria de Energia da Argentina disse em comunicado que o setor foi "notavelmente afetado" pelas circunstâncias internacionais.
"Esses eventos inevitavelmente impactam na produção, na comercialização e no abastecimento normal dos combustíveis em nosso país", explicou o órgão na nota. EFE
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