Maranhão ganha destaque como estado pioneiro na prevenção de trabalho escravo
Recife, 18 set (EFE).- A Organização Internacional do Trabalho (OIT) destacou a Maranhão como o estado brasileiro pioneiro em implementar um programa em toda a rede pública de educação de prevenção ao trabalho escravo no país.
Segundo comunicado divulgado nesta quarta-feira pelo governo estadual, o oficial de projetos da OIT, Erik Ferraz afirmou que o Maranhão será o primeiro estado no Brasil a conseguir levar a todos os municípios ações educativas através do programa "Escravo, nem pensar!".
A iniciativa, que tem o aval da organização, inclui a formação de gerentes para campanhas de prevenção às práticas de trabalho em condições análogas à escravidão, um crime presente em várias regiões do país e que afeta principalmente pessoas sem escolaridade ou imigrantes, como bolivianos, haitianos e venezuelanos.
Ferraz, que visita o estado nesta semana e amanhã acompanhará a graduação dos primeiros gerentes, elogiou o "Escravo, nem pensar!". Segundo ele, o programa está terminando um primeiro ciclo iniciado em 2015 para estabelecer uma estratégia de combate ao trabalho escravo e conta com o apoio do Ministério Público do Trabalho (MPT) e da ONG Repórter Brasil.
A iniciativa, a primeira do país a formar educadores com ênfase no combate ao trabalho escravo, desde 2015, chegou a 240.873 pessoas em 474 escolas de 138 municípios, que estão prontos para auxiliarem em denúncias sobre essa prática ilegal.
A região Nordeste é uma das mais propensas para práticas de trabalho escravo. Nesse sentido, o estado da Bahia realizou nesta quarta-feira o Seminário Internacional da Comissão de Erradicação ao Trabalho Escravo, também com participação da OIT.
Entre 2014 e 2019, 238 pessoas foram resgatadas pelas autoridades baianas em situação de trabalho em condições análogas à escravidão. A procuradora do Ministério Público do Trabalho na Bahia Manuella Gedeon, que participou do encontro, afirmou que essa prática vai além de uma simples irregularidade na legislação trabalhista, inclusive quando patrões pagam salários, mas mantêm os seus empregados em condições degradantes.
Também nesta quarta-feira, a Polícia Federal realizou uma operação para combater o trabalho escravo de imigrantes provenientes da Venezuela em Roraima, onde alguns deles estavam trabalhando no setor de construção civil em condições que a PF definiu como sendo de "extrema vulnerabilidade".
A Polícia Federal informou que foi detido na ação um empresário suspeito de captar venezuelanos, alguns deles adolescentes, para trabalhar em condições análogas à escravidão. EFE
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