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EUA continuam a gerar empregos, apesar de sinais de desaceleração econômica

Número não foi afetado pela greve prolongada de 50 mil funcionários da General Motors no país - Divulgação
Número não foi afetado pela greve prolongada de 50 mil funcionários da General Motors no país Imagem: Divulgação

Alfonso Fernández

Da EFE, em Washington (EUA)

01/11/2019 15h42

A taxa de desemprego nos Estados Unidos subiu de 3,5% para 3,6% em outubro, mês em que 128 mil novos postos foram criados, o que representa um sinal de um mercado de trabalho ainda muito forte.

O número de vagas criadas ficou bem acima das expectativas dos analistas, que haviam previsto cerca de 75 mil, e não foi afetado pela greve prolongada de 50 mil funcionários da General Motors no país. A paralisação, que acabou na semana passada, após 40 dias, foi a mais longa registrada nos EUA desde 1970.

Outro aspecto positivo ocorrido na economia do país foi o aumento do salário médio em US$ 0,06 por hora em outubro, chegando a US$ 28,18, informou o Departamento do Trabalho nesta sexta-feira. Nos últimos 12 meses os salários subiram 3%.

Já a taxa de participação na força laboral, ou seja, a proporção de americanos que estão empregados ou buscando emprego, subiu ligeiramente de 63,2% para 63,3%.

Em relação aos setores da economia, o da saúde somou 34,2 mil postos, o de turismo acrescentou 61 mil, e o de serviços ganhou 22 mil no mês passado.

Este foi o 109º mês consecutivo de aumento do número de empregos nos EUA, a mais longa faixa de crescimento do mercado de trabalho da história no país.

"Uau, assombroso número de criação de empregos. Mais do que o previsto. EUA estão pegando fogo", comemorou o presidente americano, Donald Trump, no Twitter.

Por outro lado, a economia está começando a dar alguns leves sinais de desaquecimento. Nesta semana foi divulgado o primeiro cálculo de evolução do Produto Interno Bruto (PIB) no terceiro trimestre. O crescimento foi de 1,9%, abaixo do registrado no primeiro (3,1%) e segundo (2%) trimestres.

"Na década passada, o mercado de trabalho mostrou uma surpreendente força em muitas ocasiões, inclusive quando outros indicadores da economia deram sombras de dúvida. Está acontecendo de novo", disse Jim Baird, chefe de investimento da consultora Plante Moran Financial Advisors em um comunicado a clientes.

Em resposta a essa desaceleração da atividade econômica, o Federal Reserve (Fed) decidiu nesta semana cortar a taxa básica de juros no país pela terceira reunião consecutiva de seu comitê de política monetária. O novo patamar é de 1,50% a 1,75%.

O Fed tem defendido esta estratégia como uma forma de fortalecer a economia num contexto de abrandamento global e nacional e de persistente incerteza comercial.

Trump tem repetidamente colocado pressão sobre o banco central, reiterando que ele deve reduzir os juros para perto de 0% para estimular a atividade econômica.

Ontem, após o anúncio do Fed, o presidente disse que "as pessoas estão muito desapontadas com Jerome Powell (presidente do banco central) e o Federal Reserve", porque "tomaram as decisões erradas desde o início".

"Outros estão se antecipando e riem o tempo todo do banco (...) Deveríamos ter taxas de juros mais baixas do que as de Alemanha e Japão. Agora somos, de longe, o maior e mais forte país, mas o Fed nos coloca em desvantagem competitiva", disse.

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