Transporte ferroviário e educação são os mais afetados pela greve na França
Paris, 5 dez (EFE).- A greve geral contra o projeto da reforma da previdência do governo da França, realizada nesta quinta-feira, está tendo uma forte adesão dos profissionais ferroviários, do transporte metropolitano e da educação.
Segundo comunicado da Companhia Ferroviária Nacional francesa (SNCF, sigla em francês), 55,6% de seus trabalhadores aderiam a greve. Esse número significa muito mais que os 33% que a apoiaram em 2018, durante o protesto contra a reforma do estatuto dos funcionários desta estatal.
Além disso, o percentual é particularmente elevado em posições-chave para as operações dos trens, como maquinistas (85,7%) ou revisores (73,3%).
Em Paris, antes do início do ato na Estação Leste, às 14h (hora local), a polícia local informou que foram realizadas 18 detenções.
O secretário de Estado dos Transportes, Jean-Baptiste Djebbari, disse que as previsões previstas para o dia de hoje estão sendo cumpridas, ou seja, 10% dos trens estão circulando.
No transporte metropolitano da região de Paris, onde residem mais de 12 milhões de pessoas, apenas duas linhas de metrô, as automáticas e mais três operam apenas nos horários de pico, enquanto 11 permanecem completamente paradas.
A situação é semelhante nas cercanias, com as duas linhas principais - que transportam cerca de dois milhões de passageiros por dia - apenas abertas nos horários de pico.
A greve de parte dos controladores de tráfego aéreo e funcionários de algumas empresas, assim como também a impossibilidade de operar normalmente, levaram ao cancelamento de 20 a 30% dos voos na França, segundo dados provisórios de Djebbari, reconhecendo que a situação amanhã "será muito semelhante".
O Ministério da Educação disse que 51,15% dos professores do ensino básico aderiram a greve. No entanto, o sindicato afirma que esse número é de 70%.
Durante a manhã de hoje, dezenas de manifestações foram organizadas em diferentes cidades do país, reunindo milhares de pessoas e, em algumas delas, grupos violentos entraram em conflito com a polícia, como em Lyon e Nantes.
O secretário-geral da Confederação Geral do Trabalho (CGT), Philippe Martinez, alertou que "a greve não vai parar hoje" e que amanhã, com outras centrais envolvidas, decidirá sobre a continuação.
Martinez insistiu que o que eles estão pedindo é "a retirada deste projeto e a melhoria do atual sistema de pensões, que é o melhor do mundo". EFE
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