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McDonald's no Peru é multado após dois funcionários morrerem eletrocutados

Entre as infrações listadas, está o fato de a empresa não realizar verificações periódicas das condições de trabalho dos funcionários - Guadalupe Pardo/Reuters
Entre as infrações listadas, está o fato de a empresa não realizar verificações periódicas das condições de trabalho dos funcionários Imagem: Guadalupe Pardo/Reuters

26/12/2019 21h15

Lima, 26 dez (EFE) - O McDonald's no Peru foi responsabilizado por cometer "infrações muito graves" em segurança e saúde no trabalho, que resultaram na morte de dois jovens funcionários na madrugada do último dia 15, pelos quais a empresa deverá pagar uma multa de 845.670 soles (cerca de R$ 1 milhão).

A multa foi anunciada nesta quinta-feira pela Superintendência Nacional de Inspeção do Trabalho (Sunafil), após uma investigação sobre as causas da morte dos jovens Carlos Campos Zapata e Alexandra Porras Inga, de 19 e 18 anos, respectivamente, que foram eletrocutados enquanto faziam faxina em uma das unidades da rede.

Entre as infrações listadas estão o fato de a empresa não realizar avaliações de risco e verificações periódicas das condições de trabalho de seus funcionários, assim como não cumprir o fornecimento de informações e treinamento aos seus funcionários sobre Segurança e Saúde no Trabalho (SST), nem os alertar sobre os riscos em suas funções.

De acordo com a investigação, a empresa não deu as condições de segurança necessárias no local de trabalho ou nas instalações ou máquinas utilizadas, especificamente na máquina de distribuição de refrigerantes.

A Sunafil também determinou que a empresa não realizava uma supervisão efetiva das condições de SST, pois, apesar de conhecer os defeitos da máquina que transmitia uma forte descarga elétrica, não tomou providências.

O superintendente da Sunafil, José Carlos Requejo, disse em entrevista coletiva que "a aplicação da sanção é algo complementar à investigação", e que o importante é esclarecer com a perícia o que aconteceu no último dia 15.

A advogada da família de Alexandra Porras, Elizabeth Carmona, disse hoje à Agência EFE que as conclusões da investigação da Sunafil "apenas provam as terríveis condições em que esses jovens trabalhavam, e à luz simples já estava claro que a empresa não tem apenas responsabilidade trabalhista, mas também responsabilidade criminosa na morte desses jovens", afirmou.

Por esta razão, ela disse que a defesa das famílias está aguardando a conclusão de outras provas da perícia para solicitar que o Ministério Público estenda a denúncia contra a empresa e seus representantes legais pelo crime de expor as pessoas a perigo, homicídio qualificado, entre outros.