ONU pede US$ 2,5 trilhões para ajudar países em desenvolvimento contra coronavírus
As Nações Unidas pediram hoje US$ 2,5 trilhões para ajudar países em desenvolvimento a lidar com o impacto econômico causado pela pandemia do novo coronavírus.
Essa ajuda seria dividida em US$ 1 trilhão em direitos especiais de saque, US$ 1 trilhão em perdão de dívidas e US$ 500 bilhões para financiar um novo "plano Marshall" (em alusão ao plano dos Estados Unidos para ajudar a reconstruir países europeus após a Segunda Guerra Mundial) em forma de subvenções para a recuperação.
"A velocidade com a qual as ondas expansivas da pandemia estão atingindo as economias em desenvolvimento é dramática, inclusive em comparação com a crise financeira global de 2008", destaca um comunicado da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD, na sigla em inglês).
"Os efeitos secundários deste choque são difíceis de prever, mas há claros indicadores de que as coisas ficarão muito piores para as economias em desenvolvimento", acrescentou o secretário-geral da UNCTAD, Mukhisa Kituyi.
O pedido de ajuda financeira se baseia em um comunicado divulgado nesta segunda-feira pelo órgão da ONU, que analisa o preço que os países em desenvolvimento pagaram devido à saída de capital estrangeiro, endividamento, desvalorização de suas moedas, queda do turismo e diminuição de exportações.
A entidade calcula que as saídas de capital das economias emergentes em fevereiro e março totalizaram US$ 59 bilhões, mais que o dobro dos US$ 26,7 bilhões perdidos nesses mercados após a crise financeira de 12 anos atrás.
Além disso, o valor das moedas desses países caiu entre 5% e 25% desde o início do ano, também em ritmo mais rápido que o da crise financeira global.
O preço das matérias-primas, uma das principais fontes de receita das economias em desenvolvimento, caiu em média 37%, segundo o comunicado, que também informa que grandes economias como Índia e China poderiam lidar melhor com a crise, mas que outros países em desenvolvimento sofreriam muito mais.
A agência da ONU afirma que, em muitos aspectos, o impacto foi "mais profundo do que em 2008" e que dificilmente esses países experimentarão uma recuperação como em 2009 e 2010.
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