Petróleo WTI despenca 305% e é cotado em valor negativo pela 1ª vez
Ao final das negociações do dia na Bolsa Mercantil de Nova York (Nymex), os contratos futuros do WTI para entrega em maio despencavam US$ 55,90 em relação ao pregão anterior, da última sexta-feira.
Analistas do mercado destacaram que os contratos de maio deixarão em breve de ser a referência para o WTI e, a partir de amanhã, a evolução dos futuros de junho terá que ser analisada em termos de seu volume de demanda. Na verdade, hoje os contratos de junho estão em US$ 20,43 com demanda cinco vezes maior que a de maio.
De qualquer forma, os investidores queimaram as pontes de seu pessimismo de curto prazo, esperando uma reação da demanda para junho, quando esperam uma reação da economia e um consequente aumento das necessidades de petróleo.
A diferença entre os contratos de maio e junho é agora a maior da história, segundo o analista Jeff Kilburg, da KKM Financial.
"Este é um fenômeno devido à expiração do contrato de maio, junto com a queda histórica do petróleo", disse.
CAPACIDADE DE ESTOCAGEM É FUNDAMENTAL.
"O colapso (...) é principalmente um reflexo dos comerciantes que assinaram contratos até junho, pois ninguém quer receber, já que a capacidade de estocagem está quase completa", alertou Edward Moya, analista sênior de mercado da Oanda.
Este também é um ponto importante para entender o comportamento do WTI: não há mais locais de armazenamento, e as grandes operações do governo dos EUA para acumular estoques têm baixo percurso, então um comprador pode conseguir dinheiro para comprar barris, embora o volume caia drasticamente, porque não há lugar para estocá-lo.
Sobre esse aspecto, a consultora de energia Rystad Energy disse em nota que o mercado sabe que os estoques de petróleo bruto nos EUA serão preenchidos muito rapidamente, pois as refinarias continuam a reduzir as atividades "enormemente" devido à falta de possibilidades de armazenamento, especialmente de gasolina não vendida.
"Acreditamos que os estoques comerciais de petróleo bruto nos Estados Unidos estarão em níveis sem precedentes até o final de abril", concluiu a Rystad Energy.
A pandemia de coronavírus deu um duro golpe na atividade econômica em todo o mundo e reduziu a demanda por petróleo.
Enquanto a Opep e seus aliados produtores de petróleo finalizaram um pacto histórico no início deste mês para reduzir a produção em 9,7 milhões de barris por dia a partir de 1º de maio, muitos argumentam que ainda não será suficiente para contrabalançar a queda na demanda.
O retorno à normalidade, pelo menos em termos de atividade econômica, deve ajudar os preços do petróleo em todo o mundo, especialmente se eles ocorrerem junto com os cortes de cerca de 10 milhões de barris por dia (bpd) pactuados pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e seus parceiros, e se países não-membros da Opep contribuírem para o ajuste.
Neste contexto, os contratos futuros de gasolina com vencimento em maio caíram para US$ 0,66 por galão, e os futuros de gás natural com vencimento no mesmo mês ficaram em US$ 1,92 por mil pés cúbicos.
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