Chanceler paraguaio recebe documentação sobre Tratado de Itaipu
O ministro das Relações Exteriores do Paraguai, Euclides Acevedo, recebeu nesta segunda-feira do chefe da Casa Civil da Presidência da República, Juan Ernesto Villamayor, a documentação técnica sobre o Anexo C do Tratado de Barragem de Itaipu, prevista para renegociação com o Brasil em 2023.
A documentação, elaborada ao longo de 2020 pela Equipe de Negociação formada pelo governo, aborda este anexo, onde estabelece que cada país receba 50% da energia, mas deve vender ao outro parceiro o que não utiliza.
A renegociação ocorrerá no 50º aniversário do Tratado que rege a operação e distribuição da energia gerada pela hidrelétrica compartilhada pelos dois países.
Durante a cerimônia no Ministério das Relações Exteriores, Acevedo pediu para "enfrentar com energia patriótica este desafio de defender os interesses nacionais e a soberania energética", para avançar em direção à "prosperidade compartilhada".
"Itaipu não é apenas uma barragem (...), é um pretexto histórico para a refundação de nossa identidade nacional. Uma identidade nacional que precisa urgentemente do sopro restaurador do sucesso e do patriotismo".
O ministro acrescentou perante representantes dos três Poderes do Estado que se trata de "uma causa nacional que deve buscar a recuperação da dignidade".
Políticos de todas as ideologias e diferentes organizações sociais também se referem à renegociação do Anexo C como uma "causa nacional", uma vez que os paraguaios estão confiantes de que as conversas com os brasileiros serão benéficas em termos de receita monetária e soberania energética.
Por este motivo, Acevedo salientou durante seu discurso que o governo deve fazer "uso politicamente inteligente" dos relatórios da Casa Civil e agradeceu o "empenho ativo dos que dominam a questão".
A documentação recebida hoje é o resumo do trabalho de 50 técnicos e especialistas indicados pelo governo de Mario Abdo Benítez para avaliar as necessidades energéticas do Paraguai nas negociações que o país terá de enfrentar com o Brasil nos próximos anos.
Nesse sentido, Villamayor destacou que o relatório não contém "nenhuma página de interesse político", mas sim "uma identificação técnica da situação em que se encontra o Paraguai".
A documentação também inclui "expectativas" das necessidades de consumo de energia que o Paraguai terá na próxima década e que deverão ser expostas durante a negociação.
Apesar de ter a barragem de Itaipu, o Paraguai carece de infraestrutura para distribuir a corrente por todo o país e as falhas de energia são frequentes com as menores chuvas.
Além disso, o governo prevê que no futuro a demanda por energia aumentará, tanto pelo aumento do consumo da sociedade quanto por suas intenções de atrair o investimento estrangeiro que estabelece suas indústrias no país.
O chefe da Casa Civil também pediu para evitar "a política de confronto" com o Brasil, por ver o país vizinho como parceiro comercial "em um empreendimento".
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