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FMI admite "incerteza considerável" em projeções devido à guerra na Ucrânia

Reunião dos países-membros do FMI (Fundo Monetário Internacional, em Washington (DC), Estados Unidos - Getty Images
Reunião dos países-membros do FMI (Fundo Monetário Internacional, em Washington (DC), Estados Unidos Imagem: Getty Images

19/04/2022 16h10Atualizada em 19/04/2022 16h58

O Fundo Monetário Internacional (FMI) advertiu nesta terça-feira que as suas projeções de crescimento econômico estão "consideravelmente" mais incertas do que o habitual devido à guerra na Ucrânia e admitiu até que mesmo os acontecimentos dos últimos dias podem já ter alterado as previsões.

No relatório de perspectivas econômicas globais, atualizado nesta terça-feira, na reunião anual de primavera do FMI e do Banco Mundial, a projeção de crescimento global foi reduzida para 3,6%, dos 4,4% previstos em janeiro, e as previsões de crescimento para 143 países foram rebaixadas.

"A incerteza nestas projeções é considerável, bem acima do intervalo habitual. O crescimento poderia abrandar ainda mais ou a inflação poderia exceder as nossas expectativas", disse Pierre-Olivier Gourinchas, diretor do departamento de pesquisa do FMI, ao apresentar o relatório.

Gourinchas citou como exemplo de algo que poderia levar a mudanças significativas nas perspectivas uma hipotética ampliação das sanções à Rússia por parte dos países europeus para incluir as suas exportações de energia.

Neste sentido, o FMI admitiu que acontecimentos ocorridos nos últimos dias e não incluídos no relatório podem já ter impactado os números publicados, como a adoção em 8 de abril do quinto pacote de sanções contra a Rússia pela União Europeia no valor de pelo menos 20 bilhões de euros.

A guerra acrescenta também uma camada adicional de incerteza à evolução da inflação, que disparou em grande parte do mundo, e o Fundo indicou que será imperativo assegurar um crescimento a longo prazo que os países sejam capazes de travar a subida desenfreada dos preços sem prejudicar a economia.

Além disso, Gourinchas frisou a necessidade de "muitos países" consolidarem os seus equilíbrios fiscais, mas mantendo sempre o apoio financeiro aos grupos populacionais mais vulneráveis, "especialmente em um ambiente de preços elevados da energia e dos alimentos".