Logo Pagbenk Seu dinheiro rende mais
Topo

Rússia diz que ataque a Odessa 'não pode nem deve' afetar acordo sobre grãos

25/07/2022 16h06

Moscou, 25 jul (EFE).- O Kremlin argumentou nesta segunda-feira que o ataque com mísseis russos deste sábado contra o porto de Odessa, no Mar Negro, "não pode nem deve" afetar o acordo alcançado no dia anterior em Istambul para desbloquear as exportações de grãos ucranianos.

"(Essa ação) tinha a ver exclusivamente com infraestruturas militares e não tinha qualquer relação com as infraestruturas que são utilizadas para cumprir o acordo para a saída dos cereais", disse o porta-voz da presidência russa, Dmitry Peskov, em sua coletiva de imprensa diária.

Peskov acrescentou que, por isso, o ataque "não pode nem deve influenciar o início do processo de carregamento" (dos grãos)."

Neste sábado, a Rússia atacou o porto de Odessa com dois mísseis, com os quais, segundo o comando militar russo, destruiu um barco, um depósito de mísseis antinavio americano Harpoon e instalações para a reparação e modernização de navios da Marinha ucraniana.

O acordo de desbloqueio das exportações de cereais foi fechado no último dia 22 por meio de dois documentos distintos; um assinado por Ucrânia, Turquia e ONU, e outro por Rússia, Turquia e ONU.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, condenou "de forma inequívoca" os ataques russos contra Odessa apenas um dia depois que se chegou ao acordo para exportar grãos ucranianos e aliviar a escassez de cereais em todo o mundo.

Os Estados Unidos se somaram à condenação e seu secretário de Estado, Antony Blinken, denunciou que o ataque a Odessa "levanta sérias dúvidas sobre o compromisso da Rússia com o acordo".

"O Kremlin continua a mostrar desprezo pela segurança de milhões de civis enquanto perpetua seu ataque à Ucrânia", disse Blinken em comunicado, enfatizando que a Rússia "priva a Ucrânia de sua vitalidade econômica e o mundo de seu suprimento de alimentos".

Por sua vez, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, declarou que o ataque a Odessa "prova apenas uma coisa: não importa o que a Rússia prometa, sempre encontrará uma maneira de não cumprir". EFE