Comércio liquida itens antes do Dia das Mães para ampliar vendas
A rede Ricardo Eletro, especializada em eletroeletrônicos, é uma das varejistas que admitem estar fazendo uma "liquidação de Dia das Mães". A rede encerra a liquidação exatamente no domingo. O desconto vai até 70%.
De acordo com a empresa, não é a primeira vez que é feita uma liquidação antes da data. E o objetivo da antecipação, segundo a companhia, é "proporcionar ao consumidor mais tempo para escolher e comprar produtos com preços melhores".
Já a rede de hipermercado Extra, do grupo GPA, programou para esta sexta-feira, 12, uma versão reduzida da Black Friday, a liquidação que ocorre na última sexta-feira de novembro e envolve a loja toda. Batizada de Pink Friday, serão 300 itens em promoção e a campanha é só hoje nas lojas físicas: começa às 7h e vai até às 24h. O desconto é de até 50%.
"Não é liquidação. Negociamos os itens com os fornecedores seis meses atrás", afirma o gerente de marketing do Extra, Eandres Aguiar. Ele diz que é a primeira vez que o evento é feito e a expectativa é de que as vendas sejam apenas superadas pela sexta-feira da Black Friday, em novembro.
A Oppa, varejista de móveis e acessórios com 12 lojas físicas e comércio eletrônico, decidiu neste ano, pela primeira vez, fazer antes da data liquidação dos produtos com 50% de desconto. "A intenção é estimular o consumo", diz Francesco Losurdo, diretor de marketing. Segundo ele, não se trata de uma liquidação. Mas a própria rede batizou o evento de "liquidação Mamma mia".
Vício
Para o economista sênior da Confederação Nacional do Comércio (CNC), Fábio Bentes, as liquidações viraram um vício, elas se tornaram contínuas. "O varejo não tem tido outra alternativa para impulsionar as vendas, diante da crise."
No passado, as liquidações marcavam a mudança de estação e eram usadas para a limpeza de estoque, após datas importantes, como o Natal. Diante do fraco resultado do comércio no 1.º trimestre, que caiu 3% ante 2016, Bentes diz que a expectativa de vendas do Dia das Mães está mais para 3% do que de 4%. A CNC projeta alta de 3,8%. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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