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Lucro líquido do BNDES no 1º tri cai 76,6%, para R$ 373 milhões

Fernanda Nunes e Wagner Gomes

São Paulo

12/05/2017 17h55

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) registrou lucro líquido de R$ 373 milhões no primeiro trimestre de 2017, uma queda de queda de 76,6% em relação ao primeiro trimestre de 2016, quando o banco apurou lucro líquido de R$ 1,6 bilhão.

O banco informou que o resultado se deu pelo maior volume de provisionamento. De acordo com o BNDES, a provisão para risco de crédito passou de R$ 871 milhões no primeiro trimestre de 2016 para R$ 3,3 bilhões no mesmo trimestre de 2017.

Já a recuperação do mercado acionário levou à redução nas provisões para perdas em investimentos (impairment) e proporcionou ganhos nas operações com a venda de ações, que cresceram 127,7%.

Pelo levantamento, o ganho com as participações societárias, que passaram de perda líquida de R$ 22 milhões no primeiro trimestre de 2016 para lucro líquido de R$ 1,1 bilhão, influenciou positivamente o balanço.

Na carteira de crédito e repasses, que alcançou R$ 592,7 bilhões, 96,2% das operações estavam classificadas entre os níveis de AA e C, considerados de baixo risco, em fins de março de 2017. Adicionalmente, a inadimplência nas operações em geral, está em níveis mais baixos. O atraso superior a 30 dias nas operações do banco recuou de 2,81% da carteira em 31 de dezembro de 2016 para 2,13% no fim de março.

No entanto, a queda no nível de atividade econômica nos últimos meses levou à deterioração de alguns créditos nas operações diretas e à revisão de ratings atribuídos a determinados grupos econômicos. Houve aumento significativo no rating H, o que exige 100% da provisão. Considerando estes fatos, o BNDES decidiu constituir provisão complementar para devedores duvidosos, ou seja, em volume superior ao mínimo exigido pelo Banco Central em R$ 1,8 bilhão, reforçando a postura cautelosa do BNDES na administração de sua carteira de crédito.

De acordo com o banco, o patrimônio líquido do Sistema BNDES fechou em R$ 55,6 bilhões em março de 2017, praticamente sem variação em relação a dezembro de 2016. O patrimônio de referência (que determina a capacidade de financiamento) também ficou quase estável, em R$ 135,9 bilhões. Apesar dessa estabilidade, a queda dos ativos ponderados por risco contribuiu para a elevação do índice de Basileia, de 21,7% para 22,9%, acima dos 10,5% exigidos pelo Banco Central.

BNDESPar

Braço de participações do BNDES, a BNDESPar registrou lucro líquido de R$ 1,2 bilhão no primeiro trimestre de 2017, revertendo o prejuízo de R$ 1,8 bilhão registrado no mesmo trimestre de 2016, impulsionada pelo crescimento de R$ 4,4 bilhões do resultado com participações societárias.

O crescimento do resultado com participações societárias foi impactado principalmente por uma despesa menor com provisão para perdas em investimentos e pelo aumento do resultado com alienações (vendas de ações), que proporcionou R$ 1,1 bilhão no primeiro trimestre de 2017.

Os resultados positivos com vendas de ações da Petrobras e da Rumo Logística Operadora Multimodal foram responsáveis por 95,2% do resultado com alienações no período de janeiro a março de 2017.

Avaliação

O resultado financeiro do BNDES no primeiro trimestre deste ano foi diretamente afetado pela crise econômica, segundo o diretor de Controladoria do banco, Ricardo Baldin, que promoveu teleconferência para detalhar as demonstrações contábeis do período.

Baldin destacou que o banco reduziu o rating de alguns dos seus credores, ainda que estejam adimplentes, em função da crise, o que obrigou a aumentar a sua provisão.

Durante a teleconferência, a superintendente de Controladoria, Vani Borgeth, ainda afirmou que o banco foi conservador em suas provisões e que a queda do lucro líquido foi contábil. "As provisões podem ser revertidas", afirmou. "Nossa provisão hoje está confortável para a carteira que temos", complementou Baldin. Não fosse a provisão complementar de R$ 1,8 bilhão, o resultado teria sido consideravelmente melhor, segundo os executivos.