Montadora desenvolve chassi especial para caminhões blindados
Em parceria com a Protege, especializada no transporte de dinheiro com carros-fortes, a MAN desenvolveu um chassi de grande porte reforçado para receber a blindagem, o que confere ao caminhão garantia de fábrica. Normalmente, a blindagem é feita por terceiros que não têm aval da montadora e, em razão disso, o veículo perde a garantia após modificações.
O novo caminhão, feito na mesma base do Volkswagen Constellation, um dos mais vendidos da marca, custa, sem a blindagem, R$ 325 mil e tem capacidade para 28 mil quilos de carga. Segundo fontes do mercado, a blindagem desse tipo de veículo custa entre R$ 100 mil e R$ 300 mil.
No caso do Titanis, cabine e carroceria são blindadas pela MIB, outra parceira do projeto. "É um produto sob medida para as necessidades locais e para a cliente Protege", afirma Roberto Cortes, presidente da MAN.
A transportadora de valores adquiriu, nos quatro primeiros meses do ano, 120 chassis especiais para carro-forte - normalmente vans - e para caminhões a serem usados no transporte de cargas como eletroeletrônicos e farmacêuticos, muito visadas por ladrões.
Segundo o diretor executivo do grupo Protege, Mario Baptista de Oliveira, desde que a transportadora passou a utilizar caminhões blindados, "não houve mais nenhuma ocorrência (de roubo desse tipo de carga)".
Uma vantagem, diz ele, é a não necessidade de escolta em outros veículos. Outra é a capacitação do seguro. Em razão dos riscos, um caminhão comum pode transportar até R$ 2 milhões em mercadorias. O blindado pode levar até R$ 20 milhões.
Estudo da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) concluiu que o roubo de cargas resultou em prejuízos de R$ 6,1 bilhões à economia brasileira entre 2011 e 2016. As ocorrências são mais comuns no Rio e em São Paulo.
Exportação. Cortes informa que a MAN estuda exportar o Titanis, por enquanto vendido só para a Protege. Segundo ele, o mercado de caminhões blindados este ano, do qual várias montadoras participam, deve girar em torno de 300 unidades. "Em épocas de maior demanda, as vendas chegavam a 500 unidades ao ano, sendo que a MAN detém 60% desse segmento".
A Scania, que passou a atender esse segmento no fim de 2015, vendeu até agora cerca de 15 caminhões para empresas de transporte de cargas de alto valor, que fazem a blindagem em empresas terceirizadas.
Queda. O mercado total de caminhões deve ficar próximo a 52 mil unidades este ano, muito abaixo das 172 mil vendidas em 2011. Nos primeiros quatro meses do ano, foram comercializados 13,1 mil caminhões, 24% menos ante igual período de 2016.
Para tentar melhorar o desempenho, fabricantes apelam para promoções. A Scania, por exemplo, levou este mês 700 clientes que adquiriram caminhões da marca via consórcio para a Itália, um passeio de quase uma semana com tudo pago. O consórcio representa cerca de 20% das vendas da marca.
No primeiro quadrimestre do ano, a Scania, que só produz caminhões pesados e semipesados (com capacidade acima de 16 toneladas) registrou alta de 11,3% nas vendas ante 2016. O mercado total caiu 22,8%.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.