BC: fator de risco principal é incerteza sobre velocidade de reformas e ajustes
O Comitê de Política Monetária (Copom) repetiu que os efeitos dessa incerteza sobre a trajetória da inflação se transmitem por dois canais. Por um lado, a continuidade de níveis elevados de incerteza sobre a evolução das reformas e ajustes econômicos pode impactar negativamente a atividade econômica, ou seja, tendo impacto desinflacionário. Por outro lado, a incerteza sobre a formação de preços e sobre as estimativas da taxa de juro estrutural podem atuar na direção oposta. "Existe também a possibilidade de os efeitos se compensarem e a trajetória prospectiva da inflação não ser impactada", completa o RTI.
Por isso, o documento reitera que não há relação direta e mecânica entre o aumento de incerteza e a política monetária. Além disso, a flexibilidade do regime de metas para a inflação permitiria ao Copom adequar o ritmo de suas decisões aos possíveis cenários prospectivos.
O Copom repetiu então que a extensão do ciclo de flexibilização monetária dependerá das projeções e expectativas de inflação, da atividade econômica, do balanço de riscos, mas também das estimativas da taxa de juros estrutural da economia brasileira.
"O Comitê entende que o aumento recente da incerteza associada à evolução do processo de reformas e ajustes necessários na economia brasileira dificulta a queda mais célere das estimativas da taxa de juros estrutural e as torna mais incertas", reforçou o BC.
Ações e fundos de investimentos
O Banco Central reduziu a zero a previsão de ingresso de capital externo para a compra de ações e fundos de investimento brasileiros. A previsão consta de apresentação do diretor de Política Econômica do BC, Carlos Viana de Carvalho, feita para divulgação do Relatório Trimestral de Inflação. Antes, o BC previa entrada de US$ 10 bilhões.
Ao mesmo tempo, o Relatório de Inflação também reduziu a zero a previsão de saída de títulos de renda fixa no País. A expectativa anterior indicava a previsão de saída de US$ 7 bilhões investidos por estrangeiros em papéis de renda fixa.
Com os dois movimentos ao mesmo tempo, o BC ressalta que "há equilíbrio no fluxo em portfólio no País".
Taxa de rolagem
Viana de Carvalho anunciou em apresentação do Relatório Trimestral de Inflação que a previsão para a taxa de rolagem dos empréstimos externos em 2017 foi elevada de 80% para 90%. O indicador mostra o porcentual dos créditos que vencem no período que deverão ter crédito oferecido para a renovação do financiamento.
Durante a apresentação, Viana citou que a previsão de déficit em conta corrente em 2017 subiu de US$ 23,5 bilhões (1,31% do PIB) para US$ 24 bilhões (1,19% do PIB). Ao mesmo tempo, foi mantida a previsão de ingressos líquidos de Investimento Direto no País (IDP) de US$ 75 bilhões no ano. O valor, avalia o diretor, "permitirá financiar o balanço de pagamentos de forma confortável".
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