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Irã espera receber mais investimentos no setor de petróleo

Istambul

12/07/2017 18h36

Autoridades do Irã ostentam uma agenda ambiciosa para o setor de petróleo e gás. A posição do país contrasta, porém, com a cautela das grandes companhias do setor.

Em uma conferência de energia em Istambul, autoridades iranianas disseram que o compromisso da gigante francesa Total de investir US$ 1 bilhão em um projeto de gás marcou um novo capítulo nessa indústria no país, após Teerã se livrar de sanções de países do Ocidente. Autoridades iranianas prometeram contratos similares no próximo ano e disseram que buscam US$ 92 bilhões em investimento estrangeiro para elevar em um terço a produção de petróleo e as exportações de gás em 15 vezes até 2021.

"Nós acreditamos que a situação é normal o suficiente agora para grandes companhias internacionais de petróleo se envolverem no Irã", afirmou o vice-ministro do Petróleo do país, Amir Hossein Zamaninia. Grandes companhias, porém, mostram-se mais cautelosas que a Total em relação ao Irã, mesmo diante das enormes reservas de petróleo e gás do país.

Companhias do Ocidente temem as sanções ainda em vigor dos EUA contra o Irã por questões de armas, direitos humanos e terrorismo. Além disso, o setor em geral ainda prevê fraqueza no preço do petróleo por um terceiro ano, o que gera prudência com novos gastos.

Na mesma conferência, o executivo-chefe da BP, Bob Dudley, afirmou que olha para além do Irã agora, já que a companhia tem compromissos de US$ 15 bilhões em gastos em outros países neste ano. "Nós temos um prato completo", comparou Dudley em entrevista coletiva. "Temos de ficar em uma dieta de capital."

Companhias dos EUA como a Exxon e a Chevron não podem fazer negócios com o Irã, mas europeias como a britânica BP sim. Um fator para a prudência, contudo, é a posição do presidente americano, Donald Trump, que tem criticado o acordo nuclear com Teerã e ameaçou impor sanções mais duras.

O vice-ministro do Petróleo iraniano diz que o compromisso da Total é um sinal de que "o retorno das sanções é muito improvável, se não impossível". A Total afirma que não viola nenhuma das sanções ainda em vigor.

O quadro global não é dos mais promissores para o Irã. A Agência Internacional de Energia (AIE) prevê um aumento de 3% nos investimentos em petróleo e gás, mas a maioria disso deve ser registrado na produção de xisto dos EUA. Os antigos campos de petróleo iranianos são um desafio, pois exigem "paciência e alta tecnologia", segundo Laszlo Varro, economista-chefe da AIE.

Varro diz que os riscos geopolíticos, os contratos complexos e o risco de sanções podem levar investidores a evitar o Irã e a preferir outras opções, como o Brasil. "O Irã vai seguir sobre seu potencial geológico ainda por um bom tempo", previu ele. Fonte: Dow Jones Newswires.