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Correção: PMS de maio solidifica visão de estabilização da atividade

Thaís Barcellos, Francisco Carlos de Assis e Maria Regina Silva

São Paulo

13/07/2017 16h46

O texto enviado anteriormente continha uma correção. Onde estava escrito "terreno positivo", leia-se "terreno negativo". Segue o texto corrigido:

O desempenho do setor de Serviços em maio reforçou a avaliação do mercado de uma economia ainda sem força para engatar uma recuperação, que deve ser bastante lenta e gradual, mas que passa por um momento de estabilização, disseram economistas consultados pelo Broadcast. Assim, a maioria das expectativas para o Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre seguem levemente negativas.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o volume de Serviços mostrou estabilidade em maio ante abril (0,1%) e teve retração de 1,9% na comparação com o mesmo mês do ano passado. A receita nominal cresceu 0,3% na margem e 3,9% ante maio de 2016.

"A variação ano contra ano continua bastante contracionista apesar de melhora na margem. A indústria e o varejo já vem mostrando recuperação gradual, mas o segmento de Serviços tem quadro de fragilidade, com expectativa de retomada bastante lenta devido ao alto desemprego e à confiança corrente ainda debilitada", analisa o economista-chefe da Icatu Vanguarda, Rodrigo Melo.

O Banco Safra ressalta, em relatório, a grande aceleração do ritmo de crescimento em relação ao meses anteriores na comparação interanual, que era de cerca de 5% em 2017 até abril. Mas pondera que a base de comparação estava bastante deprimida.

Na margem, o comportamento tem sido volátil, segundo o economista-sênior do Haitong Banco de Investimento, Flávio Serrano, o que sugere a passagem por um momento de transição. Para se ter uma ideia dos desvios, em março o volume de serviços prestados mostrou queda de 2,6% e cresceu 1% em abriu, antes de ficar praticamente estável em maio.

Assim, Serrano acredita que, sem efeito forte sobre a confiança da crise política, o segmento pode apresentar dados melhores no segundo semestre, embora o desemprego e o crédito limitado impeçam uma retomada vigorosa.

Mais otimista, Alexandre Espírito Santo, economista da Órama Investimentos e professor do Ibmec-RJ, acredita que a deterioração da crise política a partir da divulgação das conversas de Joesley Batista, da JBS, com o presidente Michel Temer, em 17 de maio, não deve ter efeito sobre a atividade. "O mercado financeiro se estressou muito pouco após a delação, e segue confiante de que se terá um governante reformista em 2019", explica.

Por isso, ele segue confiante em novo crescimento do PIB na margem. Ele ainda estima PIB perto de zero, mas com viés de alta. Além disso, apesar de considerar o avanço do consumo das famílias na margem (0,5%) "modesto", avalia que "deixa de ser algo ruim".

Por outro lado, o Banco Safra e o economista da Icatu avaliam que os dados de Serviços corroboram com um retorno do PIB para o terreno negativo no período de abril a junho. O Safra espera recua de 0,2%.