Entidades sindicais organizam paralisação na Eletrobras contra privatização
A FNU declarou esta segunda-feira como "Dia Nacional de Luta Contra a Privatização da Eletrobras - defesa do patrimônio público, soberania nacional e segurança energética". Para a federação, o processo resultará em aumento das tarifas, queda na qualidade dos serviços, demissões e perda da soberania nacional.
A entidade de classe se mobiliza contra a venda da estatal e de suas controladas num momento em que o presidente Michel Temer e seus novos ministros - como Eduardo Guardia (Fazenda) e Wellington Moreira Franco (de Minas e Energia) - procuram reforçar a mensagem de que a privatização da Eletrobras é uma prioridade dos meses finais de gestão, embora o projeto de lei que embasa o processo pouco tenha avançado até agora no Congresso Nacional. Além disso, a expectativa é de que o Tribunal de Contas da União (TCU) apresente nesta semana suas considerações sobre o edital de venda das distribuidoras operadas pela estatal, permitindo a publicação do documento nos próximos dias, em leilão previsto para ocorrer até o fim de maio.
A FNU classifica a paralisação desta segunda-feira "uma primeira resposta dos eletricitários a essa ofensiva do governo", citando, além de declarações dos ministros, o fato de a comissão especial do projeto de lei de privatização da Eletrobras ter conseguido na semana passada aprovar um cronograma de trabalho com a marcação de duas audiências públicas, a serem realizadas na terça-feira, 17, e quarta-feira, 18.
Além disso, a entidade lembra que a Medida Provisória 814, que retira da lei a proibição de privatizar a Eletrobras e suas subsidiárias, também está avançando, com uma reunião da Comissão Mista marcada para o dia 17 em que está prevista a leitura do relatório final. "Será uma semana decisiva", avaliou.
A federação se organiza para "lotar as audiências" e lista em seu "calendário de lutas", além das reuniões das comissões no Congresso marcadas para esta semana, audiências judiciais marcadas para a semana que vem, relacionada ao processo de alegado "Assédio Moral Coletivo" contra o presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira Junior, na Justiça do Trabalho de Brasília, e à ação contra a assembleia de acionistas que deliberou sobre a privatização das distribuidoras.
Procurada, a Eletrobras não respondeu até o fechamento deste texto as solicitações de informações sobre o impacto da paralisação para a companhia.
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