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BC da China corta compulsório em 1 ponto, liberando US$ 200 bilhões para bancos

Pequim

17/04/2018 09h21

O Banco do Povo da China (PBoC, na sigla em inglês) informou que liberará mais de US$ 200 bilhões para que bancos possam fazer empréstimos e pagar empréstimos de curto prazo, em um sinal de novos temores sobre a desaceleração no impulso para o crescimento econômico, em meio a novas tensões comerciais com os Estados Unidos. O PBoC informou nesta terça-feira que o compulsório dos bancos comerciais será reduzido em 1 ponto porcentual. O corte no montante que os bancos precisam manter, que entra em vigor no dia 25 de abril, liberará cerca de 1,3 trilhão de yuans em fundos.

Os bancos precisam usar 900 bilhões de yuans para pagar dívidas de curto prazo devidas ao banco central, informou o PBoC. Os 400 bilhões de yuans restantes podem ser usados para novos empréstimos.

O anúncio foi feito horas após a China registrar crescimento anual de 6,8% no primeiro trimestre, acima da previsão de alta de 6,7% dos analistas. O resultado surpreendeu graças a números fortes de exportações, às vendas no varejo e à produção industrial, mas foram notados sinais de que o impulso do crescimento perde vigor. As fábricas chinesas em particular produzem menos produtos para os mercados estrangeiros, mostraram os dados oficiais.

Em comunicado, o PBoC disse que a redução no compulsório ajudará a reduzir custos de financiamento para os bancos e facilitará para que pequenas empresas consigam empréstimos. O banco central afirmou ainda que continuará com uma política monetária "neutra", enquanto garante liquidez adequada para o sistema financeiro, diz a nota.

O compulsório bancário do país varia a depender do tamanho do banco do banco. Ele está em até 17% de todos os depósitos para os grandes, entre uma das mais altas taxas do mundo. Para os bancos menores, a taxa é de 15%.

O PBoC costumava elevar ou reduzir o compulsório frequentemente para reduzir ou elevar o crescimento. Nos últimos dois anos, porém, tem usado instrumentos tradicionais de política monetária, diante do temor de que mais empréstimos possam enfraquecer o yuan, gerando uma fuga de capital, e minar o esforço do governo para reduzir as dívidas corporativas e outros riscos financeiros. Em vez disso, tem usado injeções de curto prazo no sistema financeiro para garantir a liquidez adequada.

Agora, com a moeda chinesa em boa medida estabilizada e uma redução na saída de capital, muitos economistas e analistas haviam dito que o PBoC tinha uma janela de oportunidade para agir. Fonte: Dow Jones Newswires.