EUA devem anunciar decisão sobre tarifas do aço e do alumínio nesta terça
Um posicionamento do governo norte-americano era aguardado no domingo, 29, mas, sem decisão até o fim do dia, tendia a ficar para esta segunda, 30. Assim, as autoridades brasileiras não sabiam se o prazo para entendimentos será prorrogado ou se as sobretaxas começarão a ser cobradas a partir de quarta-feira.
A expectativa mais otimista é que haja uma prorrogação por pelo menos 30 dias, sem aplicar a sobretaxa. Isso daria aos próprios Estados Unidos mais tempo para concluir as negociações de revisão do Nafta, o acordo com o Canadá e o México. Ambos os países foram excluídos da sobretaxa desde o início justamente porque estavam nesse processo de negociação.
O período adicional também daria mais tempo para o próprio governo americano dar conta das duas frentes negociadoras que abriu a partir do anúncio da sobretaxa, em 8 de março passado. A primeira frente, que permitiria isentar países, é essa cujo prazo acaba nesta segunda-feira.
A segunda é a que permite a pessoas e empresas americanas pedirem ao Departamento de Comércio para excluir da sobretaxa produtos de aço e alumínio específicos. Os pedidos foram apresentados, mas o governo norte-americano ainda os está analisando e o prazo para resposta termina em cerca de 60 dias. O prazo adicional permitiria aproximar os dois processos, que correm em paralelo, e evitar que houvesse decisões conflitantes.
Embora seja lógica, a prorrogação não era dada como certa na noite deste domingo. Uma fonte próxima às negociações comentou que, nos últimos dias, os Estados Unidos "endureceram o jogo" e passaram a demonstrar pressa. Outra fonte que acompanha as negociações de perto informou que podem ser adotadas restrições conforme tipo de produto.
"Esse grau de instabilidade, em si, é ruim", comentou o ex-secretário de Comércio Exterior Welber Barral, sócio da consultoria Barral MJorge. "Os importadores pararam as encomendas, já que é impossível precificar."
Alvo da sobretaxa, a Coreia do Sul concordou em limitar suas exportações aos Estados Unidos por meio de cotas. Essa saída era oferecida também ao Brasil. Fontes do mercado admitem que a autolimitação da exportações é uma tendência.
Mas os negociadores brasileiros vinham resistindo à adoção das cotas. Eles argumentavam que uma autolimitação das exportações poderia ser prejudicial à própria indústria norte-americana, uma vez que 80% dos embarques para aquele mercado são de aço semiacabado. Ou seja, de matéria-prima para a indústria local. Além disso, perto de 14% do aço produzido naquele país vem de empresas com capital brasileiro, que empregam em seu conjunto 100.000 pessoas.
Outro argumento repetido pelo Brasil é o da complementaridade das indústrias. As siderúrgicas brasileiras não só fornecem insumos para as norte-americanas, como são grandes importadoras de carvão produzido naquele país, com compras anuais de US$ 1 bilhão.
O governo brasileiro também insistiu com os norte-americanos que as relações econômicas entre os dois países são francamente favoráveis aos EUA. Se consideradas as trocas de mercadorias e serviços, o saldo foi de US$ 250 bilhões no ano passado.
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