Para FGV, câmbio vai elevar expectativa do consumidor com inflação
"Eu estava achando que íamos acabar o ano na faixa de 4%, mas agora, a desvalorização cambial mudou minha visão. O câmbio vai continuar elevado, com o real desvalorizado", afirmou.
A FGV Ibre divulgou hoje a expectativa média do consumidor para a inflação nos próximos 12 meses apurada em maio, que subiu para 5,3% ante expectativa de 5% em abril. A alta foi maior na percepção de famílias com renda mais baixa (de até R$ 2.100,00), a menor faixa de renda ouvida pela pesquisa, e que, segundo Ferreira são as primeiras a perceber o impacto da alta de preços.
"São dois fatores. Além de mais afetados são os menos informados, portanto qualquer notícia impacta mais, tem menos filtro em relação às notícias", ressaltou, observando que a mídia tem uma grande influência na expectativa do consumidor e faz parte do modelo utilizado para o índice da FGV Ibre.
Ferreira considera maio o mês da virada de tendência da expectativa do consumidor, e avalia que os fatores que levaram a isso foram principalmente a alta do dólar, "antes previsto para fechar o ano e R$ 3,70 e agora em R$ 4"; a guerra comercial dos EUA, que com a redução de impostos aumentou a inflação norte-americana, e consequentemente os juros, "o que leva a liquidez do mercado par lá"; e o aumento dos combustíveis, "que já é reflexo do câmbio e da alta do petróleo", explicou.
Segundo ele, mesmo com a interferência do Banco Central na taxa de câmbio no Brasil, dificilmente a moeda norte-americana vai voltar para o patamar de R$ 3. "Vai ficar em torno de R$ 4", avalia.
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