Indústria apresenta ao governo propostas para redução de preços de combustível
Segundo ela, desde o início da safra de cana, em março, a gasolina pura, vendida pela Petrobras, subiu 29%, enquanto o etanol anidro caiu 9,9% no período. No mesmo período, o etanol hidratado, comercializado nos postos de gasolina, caiu 14,8%. "Isso, de um lado, mostra que o etanol consegue puxar para baixo o preço da gasolina, por causa da mistura de 27% do anidro. De outro, o consumidor tem a opção de abastecer com etanol hidratado", disse.
Farina disse que em boa parte do País, o consumidor pode optar pelo etanol hidratado por um preço mais baixo que o da gasolina. "Isso ocorre em vários Estados, São Paulo, Goiás, Minas Gerais e Mato Grosso", afirmou. Segundo ela, nesses Estados, o preço da gasolina subiu menos justamente devido ao etanol. "Esse é um setor muito competitivo, com 200 grupos econômicos e 365 unidades produtoras."
A preocupação do setor, segundo Farina, era a possibilidade de o governo desonerar a gasolina, o que poderia reduzir a competitividade da indústria do etanol. Em 2017, o governo elevou a tributação de PIS e Cofins e de Cide na gasolina, e criou a cobrança de PIS e Cofins de R$ 0,24 por litro de etanol, que até então era zero.
"Desonerar a gasolina pode ter como efeito a perda da competitividade do biocombustível. Já vimos isso no passado, o que gerou uma crise para a Petrobras, devido ao controle de preços. Mas quem sofreu mais foi o etanol, e o resultado disso foram 80 usinas fechadas", afirmou. "Mas parece que houve uma evolução e decidiu-se desonerar o diesel, e não a gasolina."
O presidente-executivo da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), André Nassar, trouxe ao ministro propostas de curto, médio e longo prazo. Segundo ele, o setor tem capacidade de fornecer biodiesel suficiente para elevar a mistura com o diesel dos atuais 10% para 15%, na região Centro-Oeste, já para o segundo semestre. "Isso permitiria reduzir o preço ao consumidor em R$ 0,10 por litro, o que já é mais do que a redução da Cide", disse.
O setor também defende apressar o cronograma previsto no programa Renovabio para elevar a mistura do biodiesel para 11% em 2019 e atingir a mistura de 15% já em 2023. "Isso requer uma revisão das metas de descarbonização do Renovabio. E quando atingir 15%, poderíamos iniciar uma transição para 20% até 2028", afirmou.
Ainda segundo Nassar, há a possibilidade de fazer uma distribuição local de biodiesel para tratores e caminhões de uso agrícola 100% biodiesel. "Essa ideia precisa de mais tempo para ser viável", afirmou.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.