Confiança do consumidor cai 4,8 pontos em junho ante maio, aponta FGV
"A greve dos caminhoneiros do final de maio contribuiu para o aprofundamento da tendência de queda da confiança que se desenhava nos meses anteriores. Com perspectivas negativas sobre o mercado de trabalho, as famílias vão se tornando bastante conservadoras com os gastos, o que deve impactar negativamente o crescimento econômico no segundo semestre. Para compensar, o governo anunciou a liberação de recursos do PIS/PASEP, o que pode atenuar a onda de pessimismo das famílias brasileiras", avaliou Viviane Seda Bittencourt, coordenadora da Sondagem do Consumidor no Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV), em nota.
Em junho, o Índice de Situação Atual (ISA) recuou 5,4 pontos, para 71,8 pontos, o menor nível desde setembro de 2017. Já o Índice de Expectativas (IE) caiu 4,2 pontos, para 90,0 pontos, o patamar mais baixo desde agosto de 2017.
O componente que mede o grau de satisfação com a economia em geral no momento atual caiu 4,6 pontos em junho. O otimismo em relação à economia nos próximos seis meses caiu 4,5 pontos no mês.
Quanto à satisfação dos consumidores com a situação financeira no momento, houve queda de 5,9 pontos. Os consumidores projetam ainda piora da situação financeira das famílias nos próximos meses, com recuo de 3,7 pontos. A intenção de compras de bens duráveis encolheu 3,8 pontos em junho.
Houve redução na confiança nas quatro faixas de renda pesquisadas. O destaque negativo ocorreu na classe de renda mais baixa, que recebe até R$ 2.100 mensais, com queda de 7,7 pontos na confiança, influenciada pela deterioração das avaliações sobre a situação atual.
A Sondagem do Consumidor da FGV coletou informações de 1.989 domicílios em sete capitais, com entrevistas entre os dias 1º e 21 de junho.
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