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Confiança do consumidor cai 4,8 pontos em junho ante maio, aponta FGV

Daniela Amorim

Rio

26/06/2018 08h51

A confiança do consumidor recuou 4,8 pontos em junho ante maio, na série com ajuste sazonal, informou nesta terça-feira, 26, a Fundação Getulio Vargas (FGV). O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) passou de 86,9 pontos em maio para 82,1 pontos em junho, o menor nível desde agosto de 2017 (81,4 pontos).

"A greve dos caminhoneiros do final de maio contribuiu para o aprofundamento da tendência de queda da confiança que se desenhava nos meses anteriores. Com perspectivas negativas sobre o mercado de trabalho, as famílias vão se tornando bastante conservadoras com os gastos, o que deve impactar negativamente o crescimento econômico no segundo semestre. Para compensar, o governo anunciou a liberação de recursos do PIS/PASEP, o que pode atenuar a onda de pessimismo das famílias brasileiras", avaliou Viviane Seda Bittencourt, coordenadora da Sondagem do Consumidor no Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV), em nota.

Em junho, o Índice de Situação Atual (ISA) recuou 5,4 pontos, para 71,8 pontos, o menor nível desde setembro de 2017. Já o Índice de Expectativas (IE) caiu 4,2 pontos, para 90,0 pontos, o patamar mais baixo desde agosto de 2017.

O componente que mede o grau de satisfação com a economia em geral no momento atual caiu 4,6 pontos em junho. O otimismo em relação à economia nos próximos seis meses caiu 4,5 pontos no mês.

Quanto à satisfação dos consumidores com a situação financeira no momento, houve queda de 5,9 pontos. Os consumidores projetam ainda piora da situação financeira das famílias nos próximos meses, com recuo de 3,7 pontos. A intenção de compras de bens duráveis encolheu 3,8 pontos em junho.

Houve redução na confiança nas quatro faixas de renda pesquisadas. O destaque negativo ocorreu na classe de renda mais baixa, que recebe até R$ 2.100 mensais, com queda de 7,7 pontos na confiança, influenciada pela deterioração das avaliações sobre a situação atual.

A Sondagem do Consumidor da FGV coletou informações de 1.989 domicílios em sete capitais, com entrevistas entre os dias 1º e 21 de junho.