Varejo paulistano tem alta de 2,8% das vendas na 1ª quinzena de julho, diz ACSP
Para a entidade, o ritmo de expansão maior do que o registrado em junho (2,2%) demonstra que a economia está se recuperando "lentamente" após a paralisação dos caminhoneiros ocorrida no fim de maio.
O resultado das vendas a prazo, tradicionalmente relacionadas a produtos de maior valor, teria sido melhor, tivesse a seleção brasileira permanecido na Copa do Mundo por mais tempo, aponta a ACSP em nota. "Embora tenham registrado um bom crescimento, os bens duráveis, comprados principalmente a crédito, foram prejudicados pela saída prematura do Brasil da Copa do Mundo, o que pode ter enfraquecido a venda de TVs, eletroportáteis e outros produtos que as pessoas compram para receber os amigos e ver os jogos", avalia o presidente da ACSP, Alencar Burti.
Ainda assim, Burti afirma que o estoque de televisores no mercado pode representar uma boa oportunidade para lojistas e consumidores nos próximos meses. "Tem TV sobrando no comércio, mas tem também Dia dos Pais, Dia das Crianças, Black Friday e Natal. Então é possível vender bem esses produtos com promoções e condições adequadas, tanto de preço quanto de prazos", avalia.
Já nos negócios à vista, que abrangem bens não duráveis, as condições climáticas menos intensas no início do inverno pesaram sobre o apetite dos consumidores. "As vendas de roupas e calçados da moda Outono-Inverno tiveram um suspiro com a frente fria que chegou à capital e com a antecipação das liquidações de inverno", explica Burti. "Mesmo assim, as vendas continuaram no vermelho nesses primeiros 15 dias de julho porque em 2017 o frio foi mais intenso e prolongado do que está sendo neste ano até agora", comenta.
Em comparação aos primeiros quinze dias de junho, por outro lado, foi verificado um recuo de 12% dos negócios. "O sistema a prazo recuou 11,2% e as vendas à vista sofreram retração de 12,7%", afirma a ACSP.
O movimento, entretanto, é influenciado por questões sazonais e está próximo à média dos últimos três anos, que aponta recuo de 11,1% nesta base de comparação. "Essa perda é normal, pois tem a ver com o Dia dos Namorados, que sempre cria uma base forte de comparação na primeira metade de junho", esclarece Burti.
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