Zurich avalia participação na 4ª rodada de concessões aeroportuárias
O executivo não detalhou a avaliação do grupo sobre as condições que estão sendo propostas, lembrando que é um processo competitivo, mas disse que as regras das concessões têm melhorado continuamente.
Conrad lembrou ainda que o principal ativo do grupo - o aeroporto de Zurich, um dos mais prestigiados na Europa - já atingiu sua capacidade operacional limite, fazendo que o grupo precise olhar para outros projetos ao redor do mundo.
A Zurich Airport Latin America participou de todos os certames aeroportuários do governo federal até hoje. Na segunda rodada, a suíça entrou como sócia da BH Airport (do grupo CCR) no Aeroporto de Confins (MG) e venceu a disputa. No ano passado, o grupo arrematou sozinho o controle do Aeroporto Internacional de Florianópolis (SC).
Durante a coletiva, os executivos da operadora suíça reforçaram a visão de longo prazo para seus negócios no Brasil, brincando que têm "casamentos" com Florianópolis e Confins dos quais não podem se divorciar no curto prazo.
Além dos leilões, o grupo negocia em parceria com a gestora IG4 Capital a compra da fatia privada, detida por Triunfo Participações e Investimentos (TPI) e UTC, no terminal de Viracopos (SP).
Fora da Europa e do Brasil, a Zurich Airport tem operações atualmente no Chile (três aeroportos), na Colômbia (Bogotá) e Curaçao.
Viracopos
A Zurich está comprometida em fazer parte da solução para a concessão do Aeroporto de Viracopos (SP), afirmou Conrad. "Mas, se não houver sinal claro de que seremos parte da solução até fim do ano, teremos que repensar nosso compromisso", ponderou o executivo.
A suíça fechou, em abril, uma parceria com a gestora de private equity IG4 Capital para apresentar proposta pelo controle de Viracopos, detido principalmente por duas empresas envolvidas na Operação Lava Jato: a Triunfo Participações e Investimentos (TPI) - em recuperação extrajudicial - e a UTC - em recuperação judicial. Desde então, o grupo interessado no ativo tem se reunido com governo, bancos e acionistas para formalizar as condições do negócio.
São muitos pontos a acertar na conversa, já que o terminal vive uma situação difícil. A concessionária atual, Aeroporto Viracopos Brasil, entrou com pedido de recuperação judicial - já deferido pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) - para reestruturar uma dívida de R$ 2,9 bilhões, cujo principal credor é o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
O governo tem ressaltado a intenção de achar uma "solução de mercado", evitando que Viracopos volte para as mãos federais. A concessionária já pediu para devolver a concessão do aeroporto, mas não conseguiu fazê-lo por falta de decreto para regulamentar a Lei 13.448/17, que permite a "extinção amigável" do contrato e a relicitação do projeto.
Paralelamente, o aeroporto de Campinas é alvo de um processo administrativo aberto de fevereiro pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), que alega descumprimentos do contrato por parte da concessionária. Com o pedido de recuperação judicial da Aeroporto Viracopos Brasil aceito pelo TJ-SP, o processo de caducidade aberto pelo regulador foi suspenso.
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