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Bradespar separa R$ 2,4 bi para ação do Opportunity

Renata Batista

Rio de Janeiro

14/08/2018 07h20

A Bradespar confirmou na segunda-feira, 13, que vai utilizar os R$ 2,4 bilhões de uma emissão de notas promissórias comerciais para cumprir a parte que cabe à holding na ação movida pelo banco Opportunity, de Daniel Dantas, relativa a uma disputa sobre um direito de opção de compra de ações da Valepar, antigo grupo controlador da Vale.

As ações da Bradespar tiveram queda de 1,19% ontem na B3, nova denominação da Bolsa paulista. Os papéis fecharam a R$ 28,24. Ontem, a holding também divulgou um prejuízo líquido de R$ 618,9 milhões no segundo trimestre, uma alta de 430% em relação às perdas de R$ 116,8 milhões do mesmo período do ano passado.

Ao todo, o pagamento ao Opportunity envolve a marca de R$ 4 bilhões. A emissão de notas da Bradespar foi aprovada pelo conselho de administração da holding na sexta-feira, 10.

Segundo apurou o Estadão/Broadcast, o dinheiro não será pago diretamente ao banco Opportunity, mas depositado judicialmente até que seja julgada a ação em que a Bradespar e os fundos de pensão sócios da Vale (Previ, Petros, Funcef e Fundação Cesp) questionam o valor do processo. Todas as partes devem fazer o depósito judicial ainda nesta terça-feira, 14.

A disputa entre o Opportunity, controlador da Elétron, os fundos de pensão e a Bradespar começou há mais de uma década. O Opportunity pede o reconhecimento de uma opção de compra de ações da Valepar (antiga controladora da Vale) e uma indenização por não ter podido exercer esse direito.

Uma arbitragem deu ganho de causa ao banco, mas os antigos sócios questionam o resultado. A Justiça do Rio homologou o laudo de avaliação que fixou a causa em R$ 4 bilhões.

De acordo com a fonte consultada pela reportagem, a execução seria provisória. Esta foi a alegação do Opportunity no Superior Tribunal de Justiça (STJ) para convencer o juiz a manter a execução, no pedido de suspensão feito pelos fundos de pensão na semana passada.

Procurados, o banco Opportunity e os fundos de pensão não se pronunciaram. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.