Confiança da construção se recupera, mas desempenho do setor ainda é fraco
O Icei-Construção faz parte da Sondagem Indústria da Construção de julho elaborada pela entidade. A alta da confiança apresentada em agosto vem do componente de expectativa do empresário. Eles apontaram no estudo estarem mais otimistas com os negócios daqui a seis meses do que hoje. Com isso, todos os índices relativos à construção no curto prazo ficaram acima dos 50 pontos, ou seja, os empresários estão esperando crescimento no curto prazo nos níveis da atividade, de novos empreendimentos e serviços, do número de empregados e de compras de insumos e matérias-primas.
"Apesar das incertezas sobre o cenário eleitoral e dos efeitos da tabela do frete mínimo sobre o setor, os empresários recuperaram a confiança que foi abalada pela paralisação do transporte rodoviário de cargas, e estão mais confiantes em relação ao desempenho futuro do setor", avalia a economista da CNI Isabel Mendes.
O indicador geral de expectativas subiu 3 pontos em agosto, para 55,3 pontos, e isso mexeu um pouco no índice de intenção de investimentos, que aumentou 0,8 ponto em relação a julho e alcançou 32,1 pontos. O indicador está 3 pontos acima do registrado em agosto do ano passado e é superior à média histórica para o mês, de 31,6 pontos. "Ainda assim, o índice segue muito baixo, o que indica pouca intenção dos empresários do setor em investir", lembra a CNI. O indicador varia de zero a cem pontos. Quanto maior o valor, maior a disposição para investir.
Hoje
Quanto à realidade dos negócios hoje, o empresário da construção continua pessimista. O índice de condições atuais ficou em apenas 45 pontos, uma sinalização de que o setor segue enfrentando dificuldades para se recuperar.
A sondagem mostra que, embora o ritmo de queda tenha diminuído, o nível de atividade e de emprego no setor seguem caindo, com 48 pontos e 46,2 pontos, respectivamente. Os dois índices variam de zero a 50 pontos e se forem abaixo dos 50 pontos indicam retração.
A sondagem mostra ainda que a indústria da construção permanece operando com ociosidade elevada. A utilização da capacidade operacional das empresas ficou em 58%, 1 ponto porcentual abaixo da edição anterior. "Isso significa que o setor operou com 42% das máquinas, equipamentos e pessoal parados no mês passado."
Esta edição da Sondagem da Indústria da Construção foi feita entre os dias 1º e 13 de agosto com 581 empresas.
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