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Juros ampliam queda no fechamento após discurso de Powell trazer alívio

Denise Abarca

São Paulo

28/11/2018 17h03

O discurso do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Jerome Powell, ampliou no Brasil o ritmo de queda dos juros futuros, especialmente nos vencimentos intermediários e longos onde as taxas encerraram a sessão regular em baixa de mais de 10 pontos-base. Passaram a renovar mínimas, reagindo à expectativa de que o ciclo de aperto monetário norte-americano possa estar perto do fim.

"As taxas ainda são baixas para os padrões históricos e permanecem um pouco abaixo da ampla gama de estimativas do nível que seria o neutro para a economia", afirmou Powell, em discurso realizado no Clube Econômico de Nova York.

As declarações de Powell acenderam o apetite pelo risco de forma generalizada, enfraquecendo o dólar e impulsionando as bolsas. Na curva, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2020 encerrou em 6,940%, de 7,012% no ajuste anterior, e a do Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2021 caiu de 8,003%, para 7,91%. A taxa do DI para janeiro de 2023 fechou em 9,12% (9,243% no ajuste anterior) e a do DI para janeiro de 2025 recuou de 9,772% para 9,67%.

Para Paulo Nepomuceno, estrategista de renda fixa da Coinvalores, a declaração de Powell sinaliza que o processo está terminando. "Teremos, muito provavelmente, mais uma alta em dezembro e mais uma para o ano que vem", disse.

Ele pondera, no entanto, que é preciso aguardar porque o mercado pode passar a olhar outras coisas, em especial se passar a relacionar a intenção do Fed de antecipar o fim do ciclo a alguma preocupação com o crescimento da economia dos Estados Unidos.

Esse ponto ganha relevância às vésperas da reunião dos líderes do G-20, que começa na sexta-feira em Buenos Aires. No evento, o Fundo Monetário Internacional (FMI) vai alertar sobre os sinais de que a expansão global pode estar ficando mais moderada e a atividade mundial pode perder fôlego mais rapidamente que o previsto, de acordo com documento preparatório para o encontro divulgado nesta quarta-feira.

O texto afirma que os riscos de piora da atividade mundial cresceram e fala da "necessidade urgente" de se reduzir as tensões comerciais no planeta.

Internamente, o investidor segue de olho na possibilidade de votação do projeto que revisa o contrato de cessão onerosa entre a Petrobras e a União, ainda nesta quarta-feira no Senado.

O presidente Michel Temer, o ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, futuros ministros da Economia, Paulo Guedes, e da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, estão reunidos para discutir a elaboração de uma medida provisória que viabilize a votação.

A medida poderá destinar 20% do bônus da cessão onerosa para estados e municípios, como saída para que o Senado não tenha que alterar o texto em votação, que não prevê a repartição, fazendo com que ele tivesse que voltar para análise da Câmara.