Custos industriais cresceram 3,8% no terceiro trimestre do ano, diz CNI
Esse aumento foi provocado pela alta dos custos com bens intermediários, importados e nacionais e do custo com energia, segundo a pesquisa. O custo com capital de giro também contribuiu para esse movimento, pois apresentou crescimento de 3,8% após nove trimestres consecutivos de queda. A economista da CNI lembra que as incertezas do período eleitoral, que provocaram a desvalorização do real no terceiro trimestre, contribuíram para a alta dos bens intermediários importados utilizados nos processos de produção.
De acordo com o levantamento, o custo com bens intermediários nacionais e importados aumentou 5,3% no 3º trimestre em relação ao 2º trimestre, na série de dados dessazonalizados. Essa foi a segunda maior alta registrada desde o último trimestre de 2015, segundo a CNI. Considerando apenas os custos de bens intermediários importados, o aumento foi de 9,1%. Já dos insumos nacionais, a alta foi de 4,6% em igual período de comparação.
No mesmo período, o custo com energia subiu 6,4%, registrando o quinto trimestre consecutivo de elevação desse componente.
Maria Carolina Marques explica que o impacto dos aumentos depende da estrutura dos custos dos diferentes setores. "Indústrias que usam mais insumos importados tiveram aumentos maiores nos custos. O mesmo ocorreu com as indústrias que consomem muita energia nos processos de produção", diz a economista.
Apesar do movimento de alta, a economista da CNI destaca que as empresas conseguiram repassar a alta dos custos. Ao mesmo tempo em que os custos subiram 3,8%, os preços dos produtos industrializados no mercado interno subiram 4,2%. "Na média, a lucratividade das empresas não ficou comprometida", afirma.
Outro fator que ajudou a competitividade dos produtos brasileiros foi a valorização do dólar, que refletiu nos custos dos manufaturados importados que subiram 12,2%. Segundo a CNI, o ganho de competitividade da indústria brasileira também ocorreu no mercado internacional.
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