Banco da Inglaterra mantém juro básico em 0,75% e cita incertezas do Brexit
Em ata sobre a decisão, o BoE avaliou que incertezas em torno da retirada do Reino Unido da União Europeia - o chamado Brexit - se intensificaram "consideravelmente" após um mês de turbulência política.
Na semana passada, a primeira-ministra britânica, Theresa May, sobreviveu a um voto de desconfiança convocado pelo seu próprio Partido Conservador, mas seu plano de Brexit, que foi negociado com a UE - enfrenta forte oposição num Parlamento dividido, elevando as chances de que ocorra um "divórcio" abrupto e desorganizado até o fim de março.
Segundo o BoE, seu juro básico foi mantido também num momento de crescentes sinais de arrefecimento da economia global.
Dirigentes do BC inglês avaliam que a perspectiva do Reino Unido é ameaçada pelo Brexit, com as incertezas em torno dos laços com a UE afetando investimentos de empresas e também o sentimento dos consumidores, diz o documento do BoE.
Além disso, os custos de financiamento de bancos britânicos estão aumentando em relação aos de instituições dos EUA e europeias e ações ligadas ao Reino Unido sofreram forte queda, ressalta a ata.
Já as expectativas de inflação no Reino Unido também avançaram, num momento em que medidas similares da UE e dos EUA recuaram, afirma o comitê do BoE.
"Incertezas maiores em torno do Brexit foram evidentes numa série de mercados financeiros domésticos", diz a ata. "A perspectiva econômica mais ampla continuará dependendo significativamente da natureza" do Brexit.
O comitê também reiterou que espera elevar os juros britânicos gradualmente nos próximos anos, contanto que o Brexit ocorra sem transtornos, e previu que a inflação do Reino Unido deverá ficar abaixo da meta do BoE de 2% em janeiro, em função de uma recente queda nas cotações do petróleo.
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