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Decisão mais recente do Copom reflete cenário básico e balanço de riscos, diz BC

Fabrício de Castro e Fernando Nakagawa

Brasília

20/12/2018 11h37

O Banco Central (BC) reafirmou nesta quinta-feira, 20, que a decisão mais recente do Comitê de Política Monetária (Copom), que na semana passada manteve a Selic (a taxa básica de juros) em 6,50% ao ano, "reflete seu cenário básico e balanço de riscos para a inflação prospectiva."

Além disso, conforme o BC, a decisão é "compatível com a convergência da inflação para a meta no horizonte relevante para a condução da política monetária, que inclui o ano-calendário de 2019 e, em menor grau, de 2020".

Essas ideias, registradas no Relatório Trimestral de Inflação (RTI), divulgado nesta quinta, já haviam aparecido nos documentos anteriores do Copom: o comunicado e a ata da última reunião.

Assimetria

O Banco Central ainda repetiu no relatório uma ideia contida em suas comunicações mais recentes: a de que "o risco do nível de ociosidade elevado produzir trajetória prospectiva de inflação abaixo do esperado aumentou e o risco relacionado a uma frustração das expectativas de continuidade das reformas e ajustes necessários na economia brasileira diminuiu".

Ao mesmo tempo, o BC ponderou que os riscos de alta da inflação seguem relevantes e com maior peso em seu balanço. "Dessa forma, os membros do Copom julgam que persiste, apesar de menos intensa, a assimetria no balanço de riscos para a inflação", registrou o RTI.

Inflação subjacente

O Banco Central reforçou, por meio do RTI, que "diversas medidas de inflação subjacente se encontram em níveis apropriados ou confortáveis, inclusive os componentes mais sensíveis ao ciclo econômico e à política monetária". Estes "componentes" são, na prática, os itens da área de serviços.

No RTI, o BC também citou que os "indicadores recentes da atividade econômica continuam evidenciando recuperação gradual da economia brasileira".

Essas duas ideias - ligadas à inflação subjacente e aos indicadores de atividade - já haviam sido expressas no comunicado e na ata do encontro da semana passada do Copom.

Cenários híbridos

O Banco Central divulgou no RTI projeções para o IPCA em dois cenários híbridos - que combinam hipóteses dos cenários de referência e de mercado.

No primeiro cenário híbrido - que considera a taxa de câmbio constante em R$ 3,85 e a evolução da Selic (a taxa básica de juros) conforme as projeções do boletim Focus -, a projeção de inflação para 2018 passou de 4,4% para 3,7%. Para 2019, foi de 4,4% para 4,0% e, para 2020, de 3,8% para 3,6%. No caso de 2021, a projeção neste cenário foi de 3,7% para 3,6%.

No segundo cenário híbrido - que considera a taxa de câmbio variando conforme o Focus e a Selic estável em 6,50% -, a projeção de inflação para 2018 passou de 4,1% para 3,7%. Para 2019, foi de 4,1% para 3,9% e, para 2020, permaneceu em 4,0%. No caso de 2021, a projeção neste cenário foi de 4,3% para 4,2%.