Cresce preocupação com efeitos da paralisação nos EUA e da indefinição do Brexit
No Reino Unido, as dúvidas sobre o que vai acontecer com o processo de separação da região da União Europeia, o Brexit, se avolumam e podem ter repercussões negativas na confiança de empresários e investidores, com repercussões que podem ir bem além da Europa, de acordo com o documento, assinado pelos economistas, Paul Della Guardia e Khadija Mahmood.
Estas preocupações políticas aliadas às dúvidas sobre como vão ficar as relações comerciais entre Washington e Pequim e renovados temores sobre a desaceleração da economia mundial têm tido forte influência no mercado financeiro mundial neste começo de 2019, especialmente nas bolsas de valores, que mostraram volatilidade alta nos últimos dias, ressalta o IIF. Com esse pano de fundo, tem crescido a aposta dos investidores de que o Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) não deve subir os juros este ano, observa o relatório.
Um sinal de alerta sobre os rumos da atividade global pode ser observado nos balanços dos grandes bancos dos EUA, segundo o IIF. Um dos destaques foi o aumento das provisões para devedores duvidosos, o que revela preocupações destas instituições com os efeitos que a desaceleração da economia pode ter nas famílias e empresas. Além disso, alguns bancos estão prevendo crescimento mais moderado das receitas pela frente.
Em meio ao temor de desaceleração da economia mundial, o elevado endividamento de empresas representa uma crescente fonte de vulnerabilidade, alerta o IIF. Os passivos de companhias não financeiras atingiram 92% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial no terceiro trimestre de 2018, segundo os números mais recentes. O porcentual é recorde e parte importante do crescimento ocorreu pelo aumento das dívidas de empresas da China, segundo o relatório. Uma das razões para isso, avalia o IIF, pode ser o interesse de Pequim de estimular a atividade por meio do mercado de empréstimos, uma forma de ofuscar os efeitos negativos do conflito comercial com os EUA.
O crescimento do endividamento corporativo também ocorreu em empresas norte-americanas, que chegou a US$ 15 trilhões ao final do terceiro trimestre do ano passado - US$ 1,5 trilhão a mais do que era ao final de 2016, de acordo com o IIF.
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