Com surpresa em Alimentação, Fipe volta a elevar projeção do IPC de janeiro
"A alta em Alimentação superou a nossa estimativa de 1,10%, refletindo problemas climáticos que têm afetado os preços de frutas e verduras. Além disso, produtos como feijão, batata e cenoura também pressionaram", explica o coordenador do IPC-Fipe, Guilherme Moreira.
Em razão do aumento acima do esperado na classe de despesa de alimentos, o economista elevou a expectativa para o grupo, de alta de 0,84% para 1,10%. Consequentemente, aumentou a projeção para o IPC-Fipe, de 0,46% para 0,53%.
Em dezembro, o indicador que apura a taxa de inflação na cidade de São Paulo foi de 0,09%. Se projeção de 0,53% for confirmada, ficará acima da alta de 0,46% vista em janeiro de 2018.
Na terceira quadrissemana deste mês, os preços do feijão tiveram aumento expressivo, de 15,51%, na comparação com 14,24%, ficando na segunda posição do item que mais ajudou a impulsionar o IPC (com 0,07 ponto), seguido por "ônibus".
O item teve variação positiva de 3,67% (de 1,91%), impactando o índice com 0,11 ponto porcentual. "Mas isso já era esperado por cauda do reajuste das tarifas de transporte público no início do ano 7,5%, assim como a pressão do grupo Educação 2,10% ante 1,35%, devido ao aumento de material e mensalidades escolares típico do período", explica.
Em virtude dos reajustes, cita, a tarifa do transporte integração mostrou alta de 3,22%, ante 1,38% na segunda quadrissemana do mês. Já os gastos com ensino superior atingiram 2,37%, depois de 1,56%.
Já a batata ficou 12,53% mais cara (de 12,27%), enquanto a laranja encareceu 6,76% (de 3,66%). Ainda na lista das maiores influências de elevação do IPC relacionadas ao grupo Alimentação aparecem abacaxi (27,32% ante 28,88%), cebola (10,23% ante 12,57%) e maçã (7,13% ante 4,13%).
Em contrapartida, no ranking das principais contribuições de baixa, o item viagem/excursão ficou na primeira colocação, ao registrar queda de 7,96% (de -3,95%), dando alívio de 0,09 ponto porcentual no IPC da terceira quadrissemana do mês.
Em segundo, ficou energia elétrica, com recuo de 2,09% (de -2,89%), com contribuição negativa de 0,07 ponto. Conhecido por fortes oscilações, o tomate apresentou queda de 13,22%, dando influência de baixa de 0,05 ponto. Em seguida, ficaram gasolina (-1,64% ante -2,00%) e automóvel usado (-1,39% ante -1,04%), acém (-2,83% ante -2,96%), ovos (-4,89% ante -1,86%) e limão (-12,05% ante -19,71%).
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