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Antes mesmo de sabatina de Campos Neto, senadores criticam juros altos

Fabrício de Castro

Brasília

19/02/2019 11h19

Após a leitura do relatório do senador Eduardo Braga (MDB-AM) sobre a indicação do economista Roberto Campos Neto à presidência do Banco Central, senadores presentes à Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado criticaram na manhã de hoje os juros altos e a concentração bancária no Brasil. As críticas dão pistas sobre o tom da sabatina que será enfrentada por Campos Neto, no dia 26, para aprovação de seu nome na Casa.

"A sabatina será a oportunidade para que senadores discutam algumas questões que impactam o cotidiano do povo, dos trabalhadores, dos empreendedores e investidores", disse Braga. "O Brasil tem hoje uma taxa Selic que é referência para captação do funding bancário. O que não se consegue entender é como a Selic é de 6,5% ao ano e, para o consumidor, a taxa varia de 35% a 250% ao ano. Será que não é falta de concorrência?", questionou.

O presidente da CAE, senador Omar Aziz (PSD-AM), acrescentou, em referência ao spread bancário: "O Brasil só perde para Madagáscar em termos do que se deposita e do que vai pegar em empréstimo."

O senador Rogério Carvalho (TP-SE) defendeu que a CAE terá "oportunidade ímpar de abrir o debate sobre a reforma do sistema bancário brasileiro". "Não é possível pessoas físicas pagarem 300% de cheque especial", pontuou. "É impossível tocar a economia com cinco grandes bancos concentrando 86% do mercado brasileiro."

Carvalho afirmou ainda que apresentou nesta terça um requerimento de audiência pública para iniciar um debate sobre a reforma do sistema financeiro, "para que possamos de fato colocar o sistema financeiro a serviço do Brasil".