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Nova Previdência trará economia de R$ 500 bilhões, diz Citi

Aline Bronzati, Altamiro Silva Junior e Cynthia Decloedt

São Paulo

19/02/2019 08h00Atualizada em 19/02/2019 14h17

A aprovação da reforma da Previdência trará uma economia de cerca de R$ 500 bilhões nos próximos dez anos para o país, de acordo com os cálculos do banco americano Citibank. As estimativas da instituição financeira levam em conta uma reforma semelhante à que havia sido estruturada no governo de Michel Temer.

O projeto que será levado ao Congresso amanhã pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL), montado pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, prevê corte de gastos de R$ 1,1 trilhão.

Ontem, em encontro com a imprensa, o presidente do Citi no Brasil, Marcelo Marangon, disse que o banco está otimista com o governo Bolsonaro, mas cauteloso sobre a expectativa de aprovação das reformas. "O ritmo da aprovação das reformas vai definir o otimismo", frisou o executivo. "O estrangeiro se frustrou com o Brasil no passado e agora quer ver as reformas aprovadas."

De qualquer forma, o cenário do Citi, que vendeu a operação de varejo para o Itaú e hoje opera apenas como banco de investimentos no Brasil, envolve a aprovação da reforma da Previdência ainda em 2019. A dúvida é a magnitude das mudanças, disse o economista-chefe do banco, Leonardo Porto.

A instituição trabalha com a economia fiscal de R$ 500 bilhões, ou seja, menos da metade do que o governo prevê no momento.

"Ainda há dúvidas sobre pontos do texto", explicou Porto, destacando que espera mais clareza sobre as medidas após o encaminhamento do texto ao Congresso, nesta quarta.

Caso a administração Bolsonaro consiga aprovar um texto mais amplo, com economia fiscal acima de R$ 500 bilhões, o dólar pode cair abaixo de R$ 3,64 no fim do ano, de acordo com o banco. Para a Selic, a taxa básica de juros, a previsão do economista é que seja mantida ao longo deste ano.

Segmentos de interesse

As reformas também deverão ter efeito sobre os negócios envolvendo empresas - dentro e fora da Bolsa. Responsável pela área de banco de investimento do Citi Brasil, Eduardo Miras disse esperar que o mercado de fusões e aquisições se aqueça mais no segundo semestre. Esse segmento, de acordo com o executivo, foi impactado no ano passado pelas eleições.

O Citi espera também maior movimento em sua área voltada em empresas públicas, aproveitando a onda de privatizações aguardada durante os próximos quatro anos de governo. O setor já existia, mas deve ter mais negócios, conforme a expectativa do banco.

Outra prioridade da instituição são as médias empresas, segmento em que espera dobrar seus negócios até 2022, afirmou o responsável pela área no Citi, Antônio Rubens. Atualmente, o Citi tem no Brasil cerca de 900 empresas neste segmento, cujo faturamento anual gira entre R$ 200 milhões e R$ 1,8 bilhão por ano.

Para crescer, a instituição financeira já mapeou 4 mil grupos empresariais de um total de 17 mil organizações com este perfil no país. Segundo o executivo, o Citi vai fazer um verdadeiro "rouba monte" no segmento no Brasil, que atualmente tem R$ 5 bilhões em ativos, em uma tentativa de atrair os melhores grupos.

Com ofensivas em diversos setores, o Citi Brasil espera atingir US$ 1,5 bilhão em receitas nos próximos anos, de acordo com o presidente do banco no país. Hoje, a instituição soma entre US$ 1 bilhão e US$ 1,1 bilhão. Marangon afirmou, no entanto, que não existe um prazo para que esse crescimento projetado se torne realidade. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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Errata: este conteúdo foi atualizado
A versão original deste texto afirmava incorretamente que o banco prevê economia fiscal de R$ 500 milhões. O correto é R$ 500 bilhões. A informação foi corrigida.