FT cita 'xixigate' e pergunta se agenda de costumes prejudicará reformas
Certas frases, conforme o diário, podem definir presidências. O presidente dos EUA, John F. Kennedy, disse: "Não pergunte o que seu país pode fazer por você, pergunte o que você pode fazer pelo seu país."
Nesta semana, Jair Bolsonaro, o novo presidente do Brasil, cunhou algumas frases reveladoras, segundo a publicação. "Não me sinto confortável em mostrar, mas temos que expor a verdade", escreveu em um tuíte ligado a um vídeo obsceno. "É isto que tem virado muitos blocos de rua no carnaval brasileiro", acrescentou o presidente.
O site salientou que críticos pediram ao Twitter que banisse o presidente da rede social ou que o Congresso abrisse processo de impeachment por causa do "xixigate". Também que defensores elogiaram sua "razoabilidade". Um conselheiro leal defendeu o tuíte como uma demonstração corajosa de degeneração pública - validando assim o apelo de Bolsonaro às armas por valores familiares e pela moralidade cristã tradicional.
Se o objetivo de Bolsonaro era desviar a atenção do público de outros problemas, ou revidar as sátiras carnavalescas feitas em relação a sua presidência e pessoa, de acordo com o texto, ele conseguiu em parte. Dois trending topics brasileiros desta semana foram #BolsonaroEstaCerto e #PresidenteGoldenShower. Havia ainda #ImpeachmentBolsonaro e #VergonhaDoPresidente.
O FT lembrou que mais de 58 milhões de brasileiros votaram em Bolsonaro nas eleições do ano passado, apesar de seu histórico de comentários incendiários e provocativos. De fato, para muitos, a abordagem das guerras culturais de Bolsonaro foi central em seu apelo.
Uma preocupação agora, no entanto, é que seu estilo de governo esteja excessivamente focado em guerras culturais e disputas digitais desnecessárias, e que isso poderia prejudicar as principais reformas econômicas e o papel do Brasil como a maior democracia da América Latina.
"Podemos voltar a discutir Venezuela e a reforma da Previdência agora?", perguntou o analista político Oliver Stuenkel.
Bolsonaro, cujo índice de aprovação pública caiu de 65% para 39%, deve se reunir com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em Washington, dentro de dez dias.
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