Juro no crédito sobe a 38,5% em fevereiro; taxa do cheque especial sobe a 317,9%
Entre as principais linhas de crédito livre para a pessoa física, destaque para o cheque especial, cuja taxa passou de 315,6% ao ano para 317,9% ao ano de janeiro para fevereiro. No crédito pessoal, a taxa passou de 43,8% para 45,3% ao ano.
Desde julho do ano passado, os bancos estão oferecendo um parcelamento para dívidas no cheque especial. A opção vale para débitos superiores a R$ 200.
A expectativa da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) era a de que essa migração do cheque especial para linhas mais baratas acelerasse a tendência de queda do juro cobrado ao consumidor. Em junho de 2018, antes do início da nova dinâmica, a taxa do cheque especial estava em 304,9% ao ano.
Os dados divulgados nesta quarta-feira pelo Banco Central mostraram ainda que, para aquisição de veículos, os juros foram de 22,4% ao ano em janeiro para 22,0% em fevereiro.
A taxa média de juros no crédito total, que inclui operações livres e direcionadas (com recursos da poupança e do BNDES), foi de 24,7% ao ano em janeiro para 25,0% ao ano em fevereiro. Em fevereiro de 2018, estava em 26,8%.
ICC
Já o Indicador de Custo de Crédito (ICC) subiu 0,2% em fevereiro ante janeiro, aos 21,1% ao ano. O porcentual reflete o volume de juros pagos, em reais, por consumidores e empresas no mês, considerando todo o estoque de operações, dividido pelo próprio estoque.
Na prática, o indicador reflete a taxa de juros média efetivamente paga pelo brasileiro nas operações de crédito contratadas no passado e ainda em andamento.
Spread
O spread bancário médio no crédito livre subiu de 30,2 pontos porcentuais, em janeiro, para 31,3 pontos porcentuais em fevereiro, de acordo com o Banco Central.
O spread médio da pessoa física no crédito livre foi de 43,4 para 45,4 pontos porcentuais no período. Para pessoa jurídica, o spread médio passou de 13,4 para 13,2 pontos porcentuais.
O spread médio do crédito direcionado foi de 4,3 para 4,0 pontos porcentuais de janeiro para fevereiro.
Já o spread médio no crédito total (livre e direcionado) passou de 18,6 para 19,0 pontos porcentuais no período.
Inadimplência
Segundo o BC, a taxa de inadimplência no crédito livre passou de 4,0% em janeiro para 3,9% em fevereiro. Em fevereiro de 2018, a taxa estava em 5,0%.
Para pessoa física, a taxa de inadimplência passou de 4,8% para 4,7%. Para as empresas, a taxa foi de 2,9% para 2,8%.
A inadimplência do crédito direcionado seguiu em 1,8% na passagem de janeiro para fevereiro.
Já o dado que considera o crédito livre mais o direcionado mostra que a taxa de inadimplência permaneceu em 2,9%.
Endividamento
O endividamento das famílias brasileiras com o sistema financeiro ficou em 42,9% em janeiro, ante 42,7% em dezembro, informou o Banco Central. Se forem descontadas as dívidas imobiliárias, o endividamento foi de 24,3% em janeiro, ante 24,1% em dezembro.
O cálculo do BC leva em conta o total das dívidas dividido pela renda no período de 12 meses. Além disso, incorpora os dados da Pesquisa Nacional de Amostragem Domiciliar (Pnad) contínua e da Pesquisa Mensal de Emprego (PME), ambas do IBGE.
Segundo o BC, o comprometimento de renda das famílias com o Sistema Financeiro Nacional (SFN) atingiu 19,8% em janeiro, igual ao visto em dezembro. Descontados os empréstimos imobiliários, o comprometimento da renda foi de 17,4% em janeiro, também igual a dezembro.
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