Após tragédia, Vale quer cortar ganhos de executivos em 40%
Com a tragédia de Brumadinho, a proposta de remuneração dos administradores da Vale (conselheiros fiscais, de administração e diretores estatutários) encolherá em cerca de 40%. O corte vai impactar apenas os diretores, cujo orçamento é de cerca de metade do realizado em 2018. A remuneração individual nos conselhos de administração e fiscal deve se manter estável.
A companhia também prevê gasto adicional de R$ 15,5 milhões com Comitês Extraordinários, criados após a tragédia. A quantia equivale a 75% dos R$ 20 milhões repassados aos Bombeiros de Minas Gerais.
Cortes
As informações estão na proposta de remuneração que será apresentada aos acionistas. A maior parte da economia virá da remuneração variável dos diretores que, no orçamento de 2018, superava os R$ 50 milhões. Metade desse valor permanece no orçamento.
A estimativa mostra também que a empresa ampliou os chamados benefícios, previstos em R$ 1,79 milhão no início do ano passado, terminaram 2018 em R$ 2,9 milhões e estão orçados em R$ 4,5 milhões para 2019.
O corte foi feito no bônus pago em ações. Nesse programa, os executivos são obrigados a adquirir ações equivalentes a 50% do bônus anual. Se a meta de preço das ações for atingida, os títulos, após três anos, são bonificados: para cada ação, o executivo recebe outra.
Na proposta de remuneração, a Vale sinaliza, porém, que 60% das metas da diretoria em 2019 estarão atreladas a reparações relativas a Brumadinho e a outras ligadas a saúde, segurança, meio ambiente e comunidades. Outros 40% referem-se a metas econômico-financeiras, aprovadas antes da tragédia. O orçamento a ser levado em assembleia aponta ainda custo estimado, em 2019, de R$ 22 milhões para desligamento de diretores, de 2017 a 2019.
A Vale informou, em nota, que a remuneração informada no início do ano são projeções baseadas em premissas que podem se confirmar ou não. A estimativa é que a remuneração total prevista para a diretoria executiva em 2019 fique 48,7% abaixo da de 2018, "devido principalmente à suspensão da remuneração variável dos executivos em função da ruptura da barragem de Brumadinho". As informações são do jornal "O Estado de S. Paulo".
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