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IBGE: Greve de caminhoneiros em 2018 explica alta na indústria em maio/19

Caminhões parados em posto de combustível às margens da rodovia Presidente Dutra durante a greve do ano passado - Fábio Motta/Estadão Conteúdo
Caminhões parados em posto de combustível às margens da rodovia Presidente Dutra durante a greve do ano passado Imagem: Fábio Motta/Estadão Conteúdo

Daniela Amorim

Rio

02/07/2019 10h36

O avanço de 7,1% na produção industrial em maio de 2019 na comparação com o mesmo mês do ano passado foi impulsionada por uma base de comparação baixa, decorrente da greve de caminhoneiros, que derrubou o desempenho da indústria brasileira em maio de 2018, ressaltou André Macedo, gerente da Coordenação de Indústria do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Em maio deste ano, 21 das 26 atividades industriais investigadas registraram expansão ante maio de 2018, segundo os dados da Pesquisa Industrial Mensal - Produção Física.

"A questão de ter essas taxas mais elevadas, com a indústria avançando 7,1%, e mais do que isso, esse perfil disseminado de expansão têm relação direta com a base de comparação baixa. Lembrando que em maio do ano passado houve a greve de caminhoneiros, e, além disso, é considerada a influência do efeito calendário, com um dia útil a mais [em maio de 2019 em relação a maio de 2018]", acrescentou Macedo.

O principal impacto positivo para o total da indústria foi do avanço de 37,1% na fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias, seguido da alta de 16,2% nos produtos alimentícios (16,2%).

Outras contribuições positivas relevantes foram de bebidas (23,9%), máquinas e equipamentos (14,5%), produtos de minerais não metálicos (16,3%), celulose, papel e produtos de papel (14,5%), produtos de metal (14%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (16,3%), metalurgia (6,1%), outros produtos químicos (6,1%), confecção de artigos do vestuário e acessórios (14,2%), produtos de borracha e de material plástico (7,8%) e móveis (18,6%).

Na direção oposta, a principal contribuição negativa foi das indústrias extrativas, com queda de 18,2%, ainda como consequência do rompimento da barragem da Vale na região de Brumadinho, em Minas Gerais, em janeiro deste ano. "O setor de extração mineral não foi diretamente afetado pela greve de caminhoneiros em maio de 2018", lembrou Macedo.

Outras contribuições negativas significativas foram da fabricação de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-3,3%), outros equipamentos de transporte (-11,7%) e manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos (-8,5%).