IBGE vê perda de dinamismo do varejo em linha com ritmo de recuperação econômica
"A recuperação no mercado de trabalho vem se dando de forma lenta e com um perfil que não ajuda muito ao comércio. São vagas informais, com renda mais baixa. A renda disponível na economia se mantém estável", acrescentou Isabella. "É sempre um conjunto de fatores, nunca é isolado", completou.
Outro fator por trás das dificuldades enfrentadas pelo varejo é o endividamento das famílias. "Se a maior parte das famílias está endividada, antes de consumo, elas vão estar primeiro tentando resolver esse problema do endividamento", opinou.
As vendas do comércio varejista cresceram apenas 0,1% na passagem de maio para junho, após terem ficado estagnadas no mês anterior (0,0%). Em abril, houve recuo de 0,4% no volume vendido.
"O varejo tem dois meses de estabilidade na série com ajuste sazonal", resumiu Isabella.
Em junho, o comércio varejista está apenas 0,4% acima do patamar que encerrou 2018. O desempenho em 2019 tem sido prejudicado pelo setor de supermercados, que opera 1,3% abaixo do patamar de dezembro de 2018.
"Não quer dizer que esteja deixando de vender. O supermercado é uma atividade que tem grande poder de substituição. Ao se alimentar, você pode estar optando por um produto com preço menor. As pessoas não deixam de comer. Elas podem substituir", explicou Isabella.
No varejo ampliado, que inclui as atividades de veículos e material de construção, o volume vendido está em melhor posição, 2,5% acima do patamar de dezembro, alavancado pelo segmento de veículos, que opera em nível 14,9% superior ao do fim de 2018.
"O varejo ampliado mostra dinamismo maior puxado por veículos", confirmou Isabella.
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