A saga sem fim da 'mansão do banco Santos'
A "saga" da mansão do ex-banqueiro Edemar Cid Ferreira, do finado Banco Santos, parecia ter chegado ao fim em maio, quando foi finalmente arrematada em um leilão judicial --por um comprador não revelado-- por R$ 23,3 milhões. O preço poderia ser considerado uma pechincha, uma vez que o valor original pedido era de mais de R$ 76 milhões.
Mesmo assim, o adquirente acabou não honrando o pagamento, que deveria ter sido depositado sete dias úteis após a aquisição. "Ele nos justificou que tinha de trazer dinheiro de fora e que demoraria um pouco mais por causa disso, mas a regra do leilão era clara", disse ao "Estado" Vânio Aguiar, administrador da massa falida do Banco Santos.
Aguiar explicou que, mais uma vez, o imóvel concluído no início dos anos 2000, pouco antes da quebra do Banco Santos, voltou para a tutela da Justiça. Agora, deverá ser definida uma nova data para a operação e nomeado um novo leiloeiro para a mansão. A tendência, disse Aguiar, é que a casa já chegue ao próximo leilão com desconto, por cerca de R$ 28 milhões.
Desde 2011, quando a família de Edemar Cid Ferreira foi obrigada a desocupar o imóvel pela Justiça, a mansão foi a leilão várias vezes. Às vezes, a casa não era vendida por causa de uma liminar, em outras pela absoluta falta de interessados. Na véspera de um desses muitos certames, em 2017, a reportagem do "Estado" visitou a casa no Morumbi.
A curiosidade pelo imóvel é justificada pelo estilo superlativo. Instalada em terreno de 12 mil m², a residência tem 4,5 mil m² de área construída e inclui facilidades como duas piscinas --uma coberta e outra ao ar livre--, uma adega que pode abrigar 5.000 garrafas de vinho, duas bibliotecas e uma vista panorâmica da cidade, com os páreos de domingo do Jockey Club de São Paulo em primeiro plano.
O idílio do banqueiro, da mulher e de seus filhos na casa foi curto. Depois de anos de obras, a mansão ficou pronta poucos meses antes da falência do Banco Santos ser decretada, em 2005.
Outros ativos
Apesar de a mansão não ter sido arrematada, Aguiar esclarece que o dinheiro relativo à venda do imóvel que abrigava a sede do Banco Santos, na Marginal do Pinheiros, e da coleção de obras de arte de Edemar Cid Ferreira, chegará às mãos dos credores. O valor a ser distribuído aos credores com essas vendas, segundo o administrador judicial, é de R$ 300 milhões.
As informações são do jornal "O Estado de S. Paulo".
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