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BC está monitorando tarifas de cartão de crédito, diz Campos Neto

Fabrício de Castro, Eduardo Rodrigues e Aline Bronzati

Brasília

26/09/2019 14h19

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse nesta quinta-feira, 26, que, ainda que o mercado seja livre, o BC tem monitorado as tarifas de intercâmbio no cartão de crédito para entender o movimento de alta dessas taxas. Segundo ele, o aumento significativo do uso de cartões pré-pagos desde o ano passado está relacionado com a chegada de novos entrantes neste mercado e com o custo do instrumento.

Campos Neto voltou a dizer que o BC pretende implementar a plataforma de pagamentos instantâneos no Brasil já em 2020, com uma agenda ambiciosa e mais célere até mesmo que a projetada pelas autoridades dos Estados Unidos.

"Ao contrário da fragmentação que ocorreu em outros países, como a China, acredito que a melhor forma de se fazer no Brasil é por meio um sistema central de pagamentos instantâneos, aberto a todos os players por 24 horas nos sete dias da semana. Acredito que isso reduzirá inclusive a quantidade de papel moeda em circulação", completou Campos Neto.

O presidente do BC lembrou ainda que a instituição tem uma agenda ampla para fomentar competição em meios de pagamento via fintechs. "Entre regulação e competição, vamos optar sempre por aumentar a competição", concluiu.

Caixa e BB

Campos Neto evitou fazer comentários sobre a agenda de devolução dos instrumentos híbridos de capital e dívida (IHCD) por parte do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal. "O Banco Central não pode comentar sobre regulados. Os instrumentos de IHCD foram emitidos em governos anteriores. Entende-se que parte foi para gerar superávit primário", resumiu, acrescentando que não poderia comentar sobre o plano da Caixa e do BB para fazer o pré-pagamento de IHCD.

Neste momento, o BC avalia uma segunda devolução da Caixa ao governo no montante de R$ 7,35 bilhões. O banco já devolveu outros R$ 3 bilhões. O presidente da Caixa, Pedro Guimarães, tem dito querer pagar outros R$ 10 bilhões este ano. Assim, a Caixa pode reduzir pela metade o seu saldo de IHCD, de pouco mais de R$ 40 bilhões.

Já o Banco do Brasil tem dito que o entendimento do IHCD no caso da instituição é diferente da Caixa, uma vez que esses instrumentos foram emitidos para reforçar o crédito agrícola e não para suprir uma necessidade de capital do banco. No BB, os instrumentos somam cerca de R$ 8 bilhões e foram usados como funding nos anos de 2012 e 2013 para o financiamento do setor de agronegócios.