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Ministro admite desestatização do Porto de Santos junto com o de São Sebastião

André Ítalo Rocha e Francisco Carlos de Assis

São Paulo

05/12/2019 17h19

O ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, admitiu nesta quinta-feira, 5, a possibilidade de a desestatização do Porto de Santos ocorrer junto com a do Porto de São Sebastião. A declaração foi dada durante apresentação feita em evento da XP Investimentos, em São Paulo.

Depois, em conversa com jornalistas, ao ser questionado sobre esse ponto, o ministro disse que todas as alternativas estão na mesa. "Nossa equipe foi à Inglaterra para conhecer os portos ingleses e um estudo vai mostrar onde se cria mais valor, se é agregando o porto de São Sebastião ou não agregando", comentou.

Segundo ele, o estudo deve começar a ser feito no início do ano que vem, com previsão para ser concluído em um ano. Em 2021, portanto, a desestatização seria realizada.

Freitas ressaltou que a pasta comandada por ele soma 27 leilões bem-sucedidos.

Falou também em 35 leilões que fazem parte do Programa de Parcerias de Investimentos e mencionou R$ 420 bilhões em investimentos contratos. Disse ainda que a previsão para 2020, na Infraestrutura, é realizar algo entre 40 e 44 leilões.

Grau de investimento

O ministro da Infraestrutura afirmou ainda que o Brasil tem "todas as condições" de voltar a ter o grau de investimento das agências de classificação de risco. "Isso não será nenhum desafio", disse, durante participação no evento da XP Investimentos.

Ele lembrou que o Credit Default Swap (CDS) de cinco anos do Brasil, um termômetro do risco-país, está hoje em nível mais baixo do que quando o País tinha grau de investimento das agências. "Se mostrarmos que estamos crescendo, a nota será elevada", afirmou o ministro. "Estamos com a música do Roberto Carlos: daqui a pouco tudo será diferente", disse.

Mais cedo, no mesmo evento, o secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida, afirmou que espera que pelo menos duas agências de classificação de risco anunciem viés positivo para o rating soberano do Brasil nos próximos meses. "E, se continuarmos fazendo reformas, o upgrade será natural, é questão de tempo", disse o secretário.

A declaração foi parte de resposta dada pelo secretário a uma pergunta feita pela economista-chefe da XP, Zeina Latif, que quis saber de Mansueto qual era a chance de alguma agência elevar a nota brasileira no próximo ano. "A perspectiva é muito boa", afirmou o secretário, no início da sua fala.

Questão ambiental

O ministro da Infraestrutura afirmou que o governo tem conversado com investidores no exterior para melhorar a imagem do Brasil em relação à questão ambiental. "Estamos apagando algumas narrativas erradas que passaram lá para fora", disse.

Freitas ressaltou que o Brasil representa um pouco mais de 1% das emissões de gases poluentes do planeta e que 42% da matriz energética do País é de fontes renováveis, enquanto na Alemanha o nível é de 14%. "Somos líderes na questão ambiental, temos de vestir essa carapuça, mas nos permitimos entrar no papel de vilão, porém não somos vilões do meio ambiente", comentou.

O ministro reiterou ainda que o Brasil é a maior potência agroambiental do mundo e precisa vestir essa carapuça de liderança no assunto. "Ninguém faz isso melhor do que nós", disse. "E não existe preservação do meio ambiente com pobreza. Temos de vencer o desafio da pobreza para sermos mais eficientes", acrescentou.