Para presidente do BC, parte da inadimplência é por falta de educação financeira
"Queremos incentivar um maior entendimento sobre poupança e outros produtos financeiros", completou Campos Neto.
'Reinvenção da dívida privada'
O presidente do Banco Central disse também que a instituição pretende fazer uma "reinvenção da dívida privada", mas reforçou que é preciso dar valor de liquidez aos títulos privados para possibilitar isso. "Isso significa ter mais mercado de compra e venda, e mais tranquilidade para os bancos negociarem esses títulos privados", repetiu.
Campos Neto destacou o crescimento da captação não bancária, sobretudo das emissões de debêntures. "Isso vai desintermediar um pouco o sistema", completou.
O presidente do BC mais uma vez afirmou que a reinvenção do mercado privado permitirá liberações adicionais de depósitos compulsórios. "Queremos que a substituição do crédito público pelo privado reduza o custo para os tomadores. Assim o ciclo de fecha", concluiu.
Microcrédito
Campos Neto disse que a expectativa é de que o microcrédito tenha uma "expansão grande" no Brasil. "Alguns bancos que não fazem querem fazer. É um produto que tem inadimplência baixa", afirmou, durante a coletiva de imprensa.
Ele observou, no entanto, que para os bancos maiores o microcrédito tem a desvantagem de ter um crescimento mais baixo, em prazos mais longos. Ainda assim, segundo ele, "os bancos grandes também estão começando a olhar este produto".
"Temos sentido que bancos grandes também estão olhando microcrédito com mais carinho. Vocês vão ver novas plataformas fazendo microcrédito", acrescentou Campos Neto.
O presidente do BC citou que o Santander, um dos maiores bancos privados do País, já fazia operações de microcrédito. Já a Caixa Econômica Federal, de acordo com Campos Neto, "quer fazer um programa novo de microcrédito". "O microcrédito pode gerar efeito riqueza de forma mais ampliada", acrescentou.
Cooperativismo
Durante a coletiva de imprensa, Campos Neto destacou ainda iniciativas na área de cooperativismo e afirmou que as cooperativas de crédito "estão abrindo novas agendas para atrair os associados e captar".
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