Presidentes de empresas do varejo cobram medidas para conter crise
"Precisamos de medidas urgentes. É crucial que haja liquidez, inclusive para deixar as pessoas em casa", disse Sebastião Bomfim, CEO da Centauro. Para ele, a medida do Governo sobre a suspensão de contratos foi mal redigida. No entanto, alguma solução do tipo, em sua visão, tem de ser encontrada. Ele reforçou que os pequenos empresários precisam de soluções já para a folha de pagamento de abril. "Falo isso, muito mais em nome do pequeno e microempresário", disse.
O presidente da Arezzo, que anunciou redução de 30% dos salários da diretoria no intuito de preservar empregos, afirmou que as demissões nos próximos meses são o pior cenário que a economia pode enfrentar. "Se segurarmos os empregos por 2 meses, teremos uma situação melhor. Se temos uma demanda principal, é essa: ajuda para honrar a folha de pagamento", diz.
"No momento, não estamos em uma economia de mercado. O ministério da Saúde está tomando medidas necessárias. Da mesma maneira, agora é hora do governo ter gastos, dar prazos, suspender impostos. Tem que ajudar o pequeno. As reformas são boas, mas agora, o momento é de outras prioridades", diz o presidente do Grupo Iguatemi, Carlos Jereissati. Para ele esse é um momento de solidariedade em todo o sistema privado também. "É hora de negociar prazos. Ninguém tem que ganhar em cima disso", afirma. O Grupo, assim como outras redes de shoppings vai adiar o pagamento de aluguel por parte dos lojistas durante a crise.
Rafael Sales, presidente da administradora de shoppings Aliansce Sonae, resumiu as reivindicações. "Temos visto a Saúde agindo bem, queremos ver a Economia agindo assim", disse. A Aliansce Sonae decidiu não dispensar funcionários durante a crise, nem mesmo os terceirizados, além de reduzir o condomínio para os lojistas no período.
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